PAULO SÉRGIO Milliet Duarte da Costa e Silva *
Ninguém te ouviu a prece de esperança,
Quando entregaste ao berço, de mansinho,
Meu pobre coração de passarinho
4 Engastado no corpo de criança.
Calado herói do bem que não descansa,
Tanta vez a lutar, mudo e sozinho,
Ninguém te enxerga o pranto de carinho
Com que me guardas vivo na lembrança.
E’ por isso, meu Pai, que dia a dia
Varo a senda da névoa espessa e fria,
Que o sepulcro de lágrimas nos junca,
Para ofertar-te, ao peito brando e forte,
A certeza da vida além da morte,
Na luz do Amor que não se apaga nunca.
(*) Foi um moço de admirável inteligência, que “vinha revelando, desde a mais verde juventude, dotes excepcionais de poeta e prosador” (apud O Estado de São Paulo, 10 de julho de 1949, pág. 11).
Acometido de grave enfermidade aos quinze anos, não chegou a terminar a última série do curso ginasial. Datam essa época as suas primeiras poesias, e o jovem, embora ciente da marcha irreversível da moléstia, “não teve, entratanto, um momento de tibieza, demonstrando, ante a realidade da sua situação, extraordinária fortaleza de espírito” (id, ibid).
Além de poesias, escreveu igualmente apreciados contos e se revelou novelista e epistológrafo. Versejava com “sedutora espontaneidade” , o que levou Antônio d’Elia a afirmar que Paulo Sérgio “nasceu e viveu poeta” (apud Dic. Autores Paulistas, pág. 590).
Possuidor, porém, de severo senso de autocrítica, apenas consentiu que fossem dados à estampa alguns de seus poemas. Partiu da Terra sem ter reunido em livro a sua produção esparsa ou inédita, o que só foi feito postumamente.
Na opinião de Dulce Salles Cunha (Aut. Contemp. Brasil, pág. 168), foi ele o “jovel de maior sensibilidade poética entre todos os novíssimos”. (S. Paulo, Estado de S. Paulo, 28 de janeiro de 1930 − S. Paulo, SP, 9 de julho de 1949.)
BIBLIOGRAFIA: Poemas em Prosa; Dez Poemas; Poema da Eterna Caminhada.
Livro: “Antologia dos Imortais” - Psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.
Ninguém te ouviu a prece de esperança,
Quando entregaste ao berço, de mansinho,
Meu pobre coração de passarinho
4 Engastado no corpo de criança.
Calado herói do bem que não descansa,
Tanta vez a lutar, mudo e sozinho,
Ninguém te enxerga o pranto de carinho
Com que me guardas vivo na lembrança.
E’ por isso, meu Pai, que dia a dia
Varo a senda da névoa espessa e fria,
Que o sepulcro de lágrimas nos junca,
Para ofertar-te, ao peito brando e forte,
A certeza da vida além da morte,
Na luz do Amor que não se apaga nunca.
(*) Foi um moço de admirável inteligência, que “vinha revelando, desde a mais verde juventude, dotes excepcionais de poeta e prosador” (apud O Estado de São Paulo, 10 de julho de 1949, pág. 11).
Acometido de grave enfermidade aos quinze anos, não chegou a terminar a última série do curso ginasial. Datam essa época as suas primeiras poesias, e o jovem, embora ciente da marcha irreversível da moléstia, “não teve, entratanto, um momento de tibieza, demonstrando, ante a realidade da sua situação, extraordinária fortaleza de espírito” (id, ibid).
Além de poesias, escreveu igualmente apreciados contos e se revelou novelista e epistológrafo. Versejava com “sedutora espontaneidade” , o que levou Antônio d’Elia a afirmar que Paulo Sérgio “nasceu e viveu poeta” (apud Dic. Autores Paulistas, pág. 590).
Possuidor, porém, de severo senso de autocrítica, apenas consentiu que fossem dados à estampa alguns de seus poemas. Partiu da Terra sem ter reunido em livro a sua produção esparsa ou inédita, o que só foi feito postumamente.
Na opinião de Dulce Salles Cunha (Aut. Contemp. Brasil, pág. 168), foi ele o “jovel de maior sensibilidade poética entre todos os novíssimos”. (S. Paulo, Estado de S. Paulo, 28 de janeiro de 1930 − S. Paulo, SP, 9 de julho de 1949.)
BIBLIOGRAFIA: Poemas em Prosa; Dez Poemas; Poema da Eterna Caminhada.
Livro: “Antologia dos Imortais” - Psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário