O filósofo espírita francês Léon Denis (1846 – 1927) afirmou acerca da evolução do ser que
“Na planta, a inteligência dormita; no animal, sonha; só no homem acorda, conhece-se, possui-se e torna-se consciente; a partir daí, o progresso, de alguma sorte fatal nas formas inferiores da Natureza, só se pode realizar pelo acordo da vontade humana com as leis Eternas."¹
Por este raciocínio, nos reinos inferiores (mineral, vegetal e animal) há um impulso lento e intrínseco para avançar. Num determinado instante, porém, quando toma consciência – e portanto, ganha a individualidade – passa a ser humano e, daí por diante, a lei do progresso lhe preme para seu aperfeiçoamento gradual nos aspectos físico, intelectual e moral.
Na mesma direção deste raciocínio, o espírito do teólogo francês François de Salignac de La Mothe-Fénelon (1651 – 1715) defende que
“Em sua origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos.” ²
Por esta linha de pensamento, as primeiras encarnações do espírito são dominadas por movimentações quase que automáticas que, pouco a pouco, vai produzindo uma percepção da sua realidade interior e exterior para, mais tarde, adquirir emoções e sentimentos.
Há, desse modo, uma travessia paulatina do ser da animalidade para a humanidade.
Apesar, no entanto, do estágio atual do ser humano ser bastante avançado em relação aos seus primeiros dias neste planeta, ele ainda reage, maioria das vezes, pelo instinto em vez de dar lugar a inteligência e aos sentimentos.
Em outras palavras, o ser humano na modernidade esquece exatamente de ser humano, ou melhor, de humanizar-se.
Segundo o espírito Ermance De La Jonchére Dufaux (1841 – 1915),
“Humanizar é promover-se à condição de administrador ativo dos valores superiores que se encontram adormecidos no cosmo interior. É vencer este automatismo que nos impede de colocar a inteligência a serviço do crescimento integral. É utilizar a informação para efetuar a transformação.” ³
Se tornar verdadeiramente humano, assim, passaria pela autogestão do desenvolvimento intelectual e moral. Conhecer-se para transformar-se, em última análise.
O problema é que nestes tempos agitados que vivemos o pensar e o sentir não andam de mãos dadas. Estimula-se o desenvolvimento da mente em detrimento ao desenvolvimento das emoções e dos sentimentos.
Urge, desta forma, promover um processo de educação do sentimento para que o ser humano tenha, no mínimo, um estado de equilíbrio entre a inteligência instrucional e a inteligência emocional.
Todos os centros do saber são convidados para este desiderato. Em particular, os núcleos de promoção da espiritualidade, como o espiritismo, necessitam se transformar em escolas do espírito e priorizar o que se poderia denominar de uma alfabetização emocional.
A alfabetização emocional teria no seu currículo de aprendizado interior, entre outras disciplinas: (1) Conhecimento e Controle das Manifestações do Ego; (2) Raízes Espirituais da Imperfeição Humana; (3) Desenvolvimento da Maturidade Emocional; (4) Promoção da Transformação Interior; e (5) Criação de Relacionamento Tolerante e Construtivo com o Outro.
Esta aprendizagem, no entanto, atua menos no intelecto e bem mais no coração. E “é aí onde a porca torce o rabo”.
Não estamos acostumados a pensar com o coração.
Não estamos acostumados nos observar e nos enfrentar.
Não estamos acostumados a encarar a nossa vulnerabilidade, fragilidade e sensação de desamparo.
Não estamos acostumados a rever nossos pré-conceitos, crenças e tendências.
Não estamos acostumados a nos enxergarmos como seres egoístas e orgulhosos.
Não estamos acostumados a conviver com a diversidade.
Não estamos acostumados a sermos misericordiosos.
Não estamos acostumados a nos amar e amar o outro.
Por esta razão é que a educação emocional, pelo veio do processo de humanização, poderia se resumir em cinco etapas: autoconhecimento → autotransformação → autoamor → amor ao outro → amor a Deus.
Numa palavra: humanizar-se é aprender a amar.
Aprendendo a amar nos encontramos com Deus.
Encontrando-se com Deus seremos mais felizes.
Carlos Pereira - Blog de Carlos Pereira
¹ DENIS, Léon. O Problema do Ser, do Destino e da Dor. 116ª Edição. Rio de Janeiro - RJ: Federação Espírita Brasileira, 1997.
² KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 3ª Edição. São Paulo - SP: Petit Editora, 1997.
³ OLIVEIRA, Wanderley Soares; DUFAUX, Ermance. Prazer de Viver. 1ª Edição. Belo Horizonte – MG: Dufaux, 2008.
Inspirado no capítulo 4 - Humanização, uma Proposta de Educação Emocional, do livro Prazer de Viver, Wanderley Oliveira e Ermance Dufaux.
“Na planta, a inteligência dormita; no animal, sonha; só no homem acorda, conhece-se, possui-se e torna-se consciente; a partir daí, o progresso, de alguma sorte fatal nas formas inferiores da Natureza, só se pode realizar pelo acordo da vontade humana com as leis Eternas."¹
Por este raciocínio, nos reinos inferiores (mineral, vegetal e animal) há um impulso lento e intrínseco para avançar. Num determinado instante, porém, quando toma consciência – e portanto, ganha a individualidade – passa a ser humano e, daí por diante, a lei do progresso lhe preme para seu aperfeiçoamento gradual nos aspectos físico, intelectual e moral.
Na mesma direção deste raciocínio, o espírito do teólogo francês François de Salignac de La Mothe-Fénelon (1651 – 1715) defende que
“Em sua origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos.” ²
Por esta linha de pensamento, as primeiras encarnações do espírito são dominadas por movimentações quase que automáticas que, pouco a pouco, vai produzindo uma percepção da sua realidade interior e exterior para, mais tarde, adquirir emoções e sentimentos.
Há, desse modo, uma travessia paulatina do ser da animalidade para a humanidade.
Apesar, no entanto, do estágio atual do ser humano ser bastante avançado em relação aos seus primeiros dias neste planeta, ele ainda reage, maioria das vezes, pelo instinto em vez de dar lugar a inteligência e aos sentimentos.
Em outras palavras, o ser humano na modernidade esquece exatamente de ser humano, ou melhor, de humanizar-se.
Segundo o espírito Ermance De La Jonchére Dufaux (1841 – 1915),
“Humanizar é promover-se à condição de administrador ativo dos valores superiores que se encontram adormecidos no cosmo interior. É vencer este automatismo que nos impede de colocar a inteligência a serviço do crescimento integral. É utilizar a informação para efetuar a transformação.” ³
Se tornar verdadeiramente humano, assim, passaria pela autogestão do desenvolvimento intelectual e moral. Conhecer-se para transformar-se, em última análise.
O problema é que nestes tempos agitados que vivemos o pensar e o sentir não andam de mãos dadas. Estimula-se o desenvolvimento da mente em detrimento ao desenvolvimento das emoções e dos sentimentos.
Urge, desta forma, promover um processo de educação do sentimento para que o ser humano tenha, no mínimo, um estado de equilíbrio entre a inteligência instrucional e a inteligência emocional.
Todos os centros do saber são convidados para este desiderato. Em particular, os núcleos de promoção da espiritualidade, como o espiritismo, necessitam se transformar em escolas do espírito e priorizar o que se poderia denominar de uma alfabetização emocional.
A alfabetização emocional teria no seu currículo de aprendizado interior, entre outras disciplinas: (1) Conhecimento e Controle das Manifestações do Ego; (2) Raízes Espirituais da Imperfeição Humana; (3) Desenvolvimento da Maturidade Emocional; (4) Promoção da Transformação Interior; e (5) Criação de Relacionamento Tolerante e Construtivo com o Outro.
Esta aprendizagem, no entanto, atua menos no intelecto e bem mais no coração. E “é aí onde a porca torce o rabo”.
Não estamos acostumados a pensar com o coração.
Não estamos acostumados nos observar e nos enfrentar.
Não estamos acostumados a encarar a nossa vulnerabilidade, fragilidade e sensação de desamparo.
Não estamos acostumados a rever nossos pré-conceitos, crenças e tendências.
Não estamos acostumados a nos enxergarmos como seres egoístas e orgulhosos.
Não estamos acostumados a conviver com a diversidade.
Não estamos acostumados a sermos misericordiosos.
Não estamos acostumados a nos amar e amar o outro.
Por esta razão é que a educação emocional, pelo veio do processo de humanização, poderia se resumir em cinco etapas: autoconhecimento → autotransformação → autoamor → amor ao outro → amor a Deus.
Numa palavra: humanizar-se é aprender a amar.
Aprendendo a amar nos encontramos com Deus.
Encontrando-se com Deus seremos mais felizes.
Carlos Pereira - Blog de Carlos Pereira
¹ DENIS, Léon. O Problema do Ser, do Destino e da Dor. 116ª Edição. Rio de Janeiro - RJ: Federação Espírita Brasileira, 1997.
² KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 3ª Edição. São Paulo - SP: Petit Editora, 1997.
³ OLIVEIRA, Wanderley Soares; DUFAUX, Ermance. Prazer de Viver. 1ª Edição. Belo Horizonte – MG: Dufaux, 2008.
Inspirado no capítulo 4 - Humanização, uma Proposta de Educação Emocional, do livro Prazer de Viver, Wanderley Oliveira e Ermance Dufaux.
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