Leopoldo Vóssio Brígido Dos Santos*
“Morto! Morto!...” – inda escuto. O coração dorido
E o pensamento em fogo – a vida que me resta...
Meu corpo dorme exangue a derradeira sesta
De quem tudo esqueceu no supremo gemido.
Levanto-me, porém, jubiloso e aturdido.
Tenho outra forma em luz – alma acordada em festa
A esperança é a canção que a alegria me empresta...
“Vivo! Vivo!...” – respondo ao choroso alarido.
Entretanto, ninguém ouve a fé que me nutre.
No quarto, o desespero – pavoroso abutre,
Insufla-me visões de cinzas, sombra e nada!...
Insisto, brado, clamo, ansioso e descontente,
Mas, de súbito, enxergo outro mundo e outra gente
No celeste esplendor da Sublime Alvorada...
(*) Poeta de vastos recursos, crítico literário de finos dotes, veio LB para o Rio com 19 anos de idade, aí tendo colaborado em vários jornais, como A Semana, O Paiz, a Gazeta de Notícias, etc. Funcionário da Fazenda, chegou ao posto de subdiretor do Tesouro Nacional. «Tradutor inteligente e delicado,» – Fernando Góes o afirma (Pan. V, página 254) – «verteu para o português um famoso poema de Dante Gabriel Rossetti, The Rlessed Damozel, que inspirou a Debussy uma das suas mais belas melodias – La Damoiselle Élue>. Esta e outras traduções colocam-no «entre os melhores tradutores da poesia simbolista, universal no Brasil», declarou-o A. Muricy (Pan. Mov. Simb. Bras., III, pág. 256), que considerou LB um «poeta de instrumento delicado, num sincretismo discreto de parnasianismo predominante e de simbolismo não formal». (Itapipoca, Ceará, 17 de Janeiro de 1876 – Rio de Janeiro, GB, 24 de Agosto de 1947.)
BIBLIOGRAFIA : Poemas do Tempo.
Livro: Antologia dos Imortais - Francisco C. Xavier e Waldo Vieira
“Morto! Morto!...” – inda escuto. O coração dorido
E o pensamento em fogo – a vida que me resta...
Meu corpo dorme exangue a derradeira sesta
De quem tudo esqueceu no supremo gemido.
Levanto-me, porém, jubiloso e aturdido.
Tenho outra forma em luz – alma acordada em festa
A esperança é a canção que a alegria me empresta...
“Vivo! Vivo!...” – respondo ao choroso alarido.
Entretanto, ninguém ouve a fé que me nutre.
No quarto, o desespero – pavoroso abutre,
Insufla-me visões de cinzas, sombra e nada!...
Insisto, brado, clamo, ansioso e descontente,
Mas, de súbito, enxergo outro mundo e outra gente
No celeste esplendor da Sublime Alvorada...
(*) Poeta de vastos recursos, crítico literário de finos dotes, veio LB para o Rio com 19 anos de idade, aí tendo colaborado em vários jornais, como A Semana, O Paiz, a Gazeta de Notícias, etc. Funcionário da Fazenda, chegou ao posto de subdiretor do Tesouro Nacional. «Tradutor inteligente e delicado,» – Fernando Góes o afirma (Pan. V, página 254) – «verteu para o português um famoso poema de Dante Gabriel Rossetti, The Rlessed Damozel, que inspirou a Debussy uma das suas mais belas melodias – La Damoiselle Élue>. Esta e outras traduções colocam-no «entre os melhores tradutores da poesia simbolista, universal no Brasil», declarou-o A. Muricy (Pan. Mov. Simb. Bras., III, pág. 256), que considerou LB um «poeta de instrumento delicado, num sincretismo discreto de parnasianismo predominante e de simbolismo não formal». (Itapipoca, Ceará, 17 de Janeiro de 1876 – Rio de Janeiro, GB, 24 de Agosto de 1947.)
BIBLIOGRAFIA : Poemas do Tempo.
Livro: Antologia dos Imortais - Francisco C. Xavier e Waldo Vieira
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