3.4.24

SOFRIMENTOS NATURAIS

Comentário Questão 726 do Livro dos Espíritos

Todos os sofrimentos naturais representam oportunidade de elevação da alma, desde que os recebamos com paciência, sem que a revolta nos tome os sentimentos. Os sacrifícios impostos por vaidade e egoísmo, como que mostrando aos outros que estamos nos elevando espiritualmente, sem nenhum benefício para os que nos cercam, nada vale. Gastar esse tempo precioso buscando a dor com interesses apenas pessoais, é falta de conhecimento, que mais tarde se transforma em padecimentos difíceis de serem removidos.
Todos nós, encarnados e desencarnados, devemos seguir Jesus em todos os Seus preceitos, na moderação que nos é própria, aliviando sobremodo o nosso carma. Procurar sofrimento conscientemente é mostrar a ignorância dominando as nossas possibilidades espirituais. Muitos dos que palmilham esse caminho encontram inspiração em velhas filosofias carcomidas pelo tempo, como seja o exemplo dos bonzos e dos faquires, que estudam muitos meios de fazer o corpo sofrer em busca de glória terrena, e mesmo com interesse em ganhos passageiros, de modo a gozar de falsa posição que o mundo possa lhes reconhecer. Muitos deles retornaram à carne com grandes compromissos ante o sofrimento que não desejam, mas que construíram, contrariando a natureza divina. Falam muito no carma, e por vezes conhecem a sua ação, porém, se esqueceram de que eles, igualmente, se encontram sob a custódia da lei. Claro que estamos sob a influência do progresso e da justiça, mas que o sofrimento não seja forjado pelas mãos dos homens.
Somente os sofrimentos naturais que vêm de Deus são úteis às almas, porque o Senhor sabe amoldá-los a cada criatura, de acordo com as suas necessidades espirituais. Cumpre a cada um estudar essa filosofia de vida para ser assistido pela bênção do amor, na feição de equilíbrio.
É bom lermos Marcos, no capítulo três, versículo três, quando ele descreve esta ação do Mestre:
E disse Jesus ao homem de mão ressequida: Vem para o meio.
Aqueles que Jesus curava traziam enfermidades naturais, que a lei impunha para as devidas disciplinas aos corações. Desde quando a alma sofredora já se encontrava disciplinada, o Mestre a chamava para a cura, como o fez com esse homem mencionado pelo Evangelho. Entretanto, os caçadores de sofrimentos por vaidade, esses, somente o tempo e a própria dor são capazes de discipliná-los.
Se falamos aos espíritas, nós os advertimos que aproveitem seu tempo para o bem coletivo, que trabalhem em favor dos que sofrem, e assim serão assistidos pela Luz. Cuidemos de nossos corpos, como sendo vestes sagradas, estudemos suas necessidades e quando compreendermos as leis naturais, procuremos passar o conhecimento para os outros.
A mente humana precisa, e muito, de harmonia, para que essa harmonia possa vibrar em todos os corpos que servem à alma para a sua elevação moral. Aquele que não respeita as leis naturais pratica o suicídio lento, acabando por responder pelos seus desvios.
Devemos ter prudência em tudo que fazemos, sem que essa cautela se transforme em lerdeza nos trabalhos que Deus nos confiou. Não sejamos influenciados por livros e pessoas, que queiram nos tirar dos caminhos do Cristo, porque Ele é a vida, andando pelos caminhos de Deus, na sustentação da verdade.
A Doutrina dos Espíritos apareceu no mundo por misericórdia de Deus, sob a direção de Jesus, para nos mostrar como encontrar a nós mesmos, de sorte a compreendermos que somente nós próprios nos salvamos. O que Deus tinha de fazer em favor dos Seus filhos, Ele já o fez. Jesus, apenas por amor, nos mostra o caminho e nos dá forças para caminharmos com Ele. Acionemos, pois, a nossa vontade, que o Mestre se encontra sempre de braços abertos, para nos receber na glória da consciência pura
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