98 –Nos processos de cura, como deveremos
compreender o passe?
-Assim como a transfusão de sangue representa uma
renovação das forças físicas, o passe é uma transfusão de energias psíquicas,
com a diferença de que os recursos orgânicos são retirados de um reservatório
limitado, e os elementos psíquicos o são do reservatório ilimitado das forças
espirituais.
99 –Como deve ser recebidos e dados o passe?
-O passe poderá
obedecer à fórmula que forneça maior porcentagem de confiança, não só a quem o
dá, como a quem o recebe. Devemos esclarecer, todavia, que o passe é a
transmissão de uma força psíquica e espiritual, dispensando qualquer contacto
físico na sua aplicação.
100 –A chamada “benzedura”, conhecida nos meios
populares, será uma modalidade do passe?
-As chamadas “benzeduras”, tão
comuns no ambiente popular, sempre que empregadas na caridade, são expressões
humildes do passe regenerador, vulgarizado nas instituições espirituais de
socorro e de assistência.
Jesus nos deu a primeira lição nesse sentido,
impondo as mãos divinas sobre os enfermos e sofredores, no que foi seguido pelos
apóstolos do Cristianismo primitivo.
“Toda boa dádiva e dom perfeito vêm do
Alto” – dizia o apóstolo, na profundeza de suas explanações.
A prática do bem
pode assumir as fórmulas mais diversas. Sua essência, porém, é sempre a mesma
diante do Senhor.
101 –Por que não será permitida às entidades espirituais a
revelação dos processos de cura da lepra, do câncer, etc?
-Antes de qualquer
consideração, devemos examinar a lei das provações e a necessidade de sua
execução plena.
Na própria natureza da Terra e na organização de fluídos
inerentes ao planeta, residem todos esses recursos, até hoje inapreendidos pela
ciência dos homens. Jesus curava os leprosos com a simples imposição de suas
mãos divinas.
O plano espiritual não pode quebrar o ritmo das leis do esforço
próprio, como a direção de uma escola não pode decifrar os problemas relativos à
evolução de seus discípulos.
Além de tudo, a doença incurável traz consigo
profundos benefícios. Que seria das criaturas terrestres sem as moléstias
dolorosas que lhes apodrecem a vaidade? Até onde poderiam ir o orgulho e o
personalismo do espírito humano, sem a constante ameaça de uma carne frágil e
atormentada?
Observamos as dádivas de Deus no terreno das grandes
descobertas, mobilizadas para a guerra de extermínio, e contemplemos com
simpatia os hospitais isolados e escuros, onde, tantas vezes, a alma humana se
recolhe para as necessárias meditações.
102 –Podem os espíritos amigos atuar
sobre a flora microbiana, nas moléstias incuráveis, atenuando os sofrimentos da
criatura?
-As entidades amigas podem diminuir a intensidade da dor nas
doenças incuráveis, bem como afasta-la completamente, se esse benefício puder
ser levado a efeito no quadro das provas individuais, sob os desígnios sábios e
misericordiosos do plano superior.
103 –No tratamento ministrado pelos
Espíritos amigos, a água fluidificada, para um doente, terá o mesmo efeito em
outro enfermo?
-A água pode ser fluidificada, de modo geral, em benefício de
todos; todavia, pode sê-lo em caráter particular para determinado enfermo, e,
neste caso, é conveniente que o uso seja pessoal e exclusivo.
104 –Existem
condições especiais para que os Espíritos amigos possam fluidificar a água pura,
como sejam as presenças de médiuns curadores, reuniões de vários elementos, etc,
etc?
-A caridade não pode atender a situações especializadas. A presença de
médiuns curadores, bem como as reuniões especiais, de modo algum podem
constituir o preço do benefício aos doentes, porquanto os recursos dos guias
espirituais, nessa esfera de ação, podem independer do concurso medianímico,
considerando o problema dos méritos individuais.
105 –O fato de um guia
espiritual receitar para determinado enfermo, é sinal infalível de que o doente
terá de curar-se?
-O guia espiritual é também um irmão e um amigo, que nunca
ferirá as vossas mais queridas esperanças.
Aconselhando o uso de uma
substância medicamentosa, alvitrando essa ou aquela providência, ele cooperará
para as melhoras de um enfermo e, se possível, para o pleno restabelecimento de
sua saúde física, mas não poderá modificar a lei das provações ou os desígnios
supremos dos planos superiores, na hipótese da desencarnação, porque, dentro da
Lei, somente Deus, seu Criador, pode dispensar.
Da obra “O Consolador” –
Espírito: Emmanuel – Médium: Francisco Cândido Xavier
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