1.11.25

MEMÓRIAS DE UM SUICIDA Livro espírita a venda na LER Livros Revistas Papelaria


 

Valores

Ante os valores do mundo,
Recordar nunca é demais,
Entre quem manda e quem serve,
Quem manda é quem ganha mais...
 
Mas, perante a Lei Divina,
A todos nós revelada,
Quem mais ganha é quem mais serve,
Sem nunca mandar em nada.
 
Formiga/Baccelli - Blog Espiritismo em Prosa e Verso
Casa Espírita “Bittencourt Sampaio”
Uberaba – MG

31.10.25

AMAZONAS DA NOITE Romance espirita a venda na LER Livros Revistas Papelaria


 

DEPOIS DA TORMENTA

EUGÊNIO Júlio SAVARD de Saint-Brisson *
 
Cresce a lousa sombria a embuçar o horizonte...
O pincel do corisco a explodir ansiedade,
Escrevendo com luz, proclama a tempestade,
18.     E estrondeia o tambor do trovão pelo monte...

19.    Cai a chuva a rugir por mil bocas de fonte...
20.         Verte, foge e me impele à oração da saudade...
21.   Sou agora ave exul na bonança que invade
A Natureza erguida à paz de ninho insonte.

23.    Reencontrei o fanal da esperança perdida
E canto a exaltação do júbilo fecundo
De quem achou na morte a grandeza da vida.

Louvada seja a dor que a tudo eleva e acalma!
Bendito seja Deus, surgindo, mundo a mundo,
Por sol de céu em céu, por amor de alma em alma!...

(*) Poeta espontâneo, de vastos recursos e profunda emotividade, “caráter bondoso e coração terno”, Eugênio Savard bem cedo encontrou o termo de uma existência de desventura e sofrimento. Matriculando-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, não pôde terminar os estudos, por falta de recursos e em razão de seu precário estado de saúde. Grave neurastenia tomou conta do seu organismo, já debilitado pelo trabalho excessivo. Em busca de alívio aos padecimentos, esteve em Portugal, onde fez amizade com o brilhante orador e poeta português Silva Gonçalves, que escreveu, em memória de ES, o livro Perpétuas e Goivos, no qual, apreciando o vate brasileiro pelo seu merecimento literário, pôs em destaque “as suas qualidades poéticas, o seu fino temperamento artístico, os requintes de cinzelamento, com que aprimorava a forma, e o sentir, que fazia transparecer nas suas composições” (apud Asas, página 8 da 2ª parte - “Juízo sobre Eugênio Savard”). O primoroso autor do soneto “Camões naufragado em Cambodge” foi igualmente músico, “delicioso compositor e ardente entusiasta de Verdi” (idem, ibidem, pág. 24). (Estado do Rio, 13 de novembro de 1865 – Niterói, Est. do Rio, 1º de dezembro de 1899).
BIBLIOGRAFIA: Asas: dois poemetos: Serenata e O espectro; etc.
18.              Todos os verbos deste quarteto caracterizam-se por vigorosa expressão: “embuçar o horizonte”, “explodir ansiedade”, “escrevendo com luz”, “estrondeia o tambor do trovão”. Observe-se, ainda, a aliteração em t e tr.
19.              Hipérbole: rugir por mil bocas de fonte.
20.              Note-se o adensamento da ação verbal, pela sucessão de três verbos: “Verte, foge e me impele à oração da saudade...”
21.              Usando da figura poética – diástole ou alongamento (Ancípite), o poeta escreveu exul.
Leia-se reen/con/trei, com sinérese.

Livro: Antologia dos Imortais - Psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira

30.10.25

MAMÃE DE BARRIGA, MAMÃE DE CORAÇÃO Livro Infantojuvenil espírita a venda na LER Livros Revistas Papelaria


 

Comentário Questão 791 do Livro dos Espíritos

OS MALES
 
Os males que a civilização tem causado no seio dos povos são processos indispensáveis para educá-los, já que os próprios homens não encontraram outros meios que os acordem para o amor, sem o amparo da dor. Todos os acontecimentos que nascem das civilizações têm um objetivo, que Deus sabe muito bem, antes que os seres humanos o descubram. A própria natureza se encarrega de despertar nas criaturas os sentimentos do amor, que dormem.
Notamos em muitos povos qualidades nobres nas suas comunicações, na educação planejada, no comércio, mas, no que tange à disciplina espiritual, nos caminhos do amor, sem interesse individual, eles estão longe, como estão longe os astros da Terra. O serviço do Evangelho é fazer unir os homens, e uns trabalharem pelos outros, fazer da fraternidade um campo de força que prende todas as criaturas em um ambiente de amor.
A civilização tem feito muito mal à sociedade, por faltar-lhe o amparo da moral. é de se notar que uma nação só se interessa muito pela outra, quando essa outra tem alguma coisa para oferecer-lhe. é como diz Jesus:
Se amais aqueles que vos amam, o que fazeis de especial? (João, 5:47)
O que devemos fazer para a nossa evolução é amar aqueles que nos odeiam e caluniam. Estamos todos caminhando para a felicidade, mas isso tem um preço para cada criatura, e esse preço é a dor em todas as suas faixas de ação.
Depois de despertados todos os sentimentos de amor que todos possuem, a moral cresce e toma a mesma velocidade da civilização que forma o intelecto, e essas duas asas alçam o vôo que Deus espera, desde a formação da alma, já que Deus a fez para tal. O mundo terreno, nessa época, tornar-se-á o verdadeiro paraíso, onde a felicidade será o primeiro degrau para ingressarmos dentro de nós, encontrando outro paraíso, onde poderemos viver a tranqüilidade imperturbável da consciência em toda a sua expansão.
No plano em que se encontram as sociedades terrenas, os males se processam como bem para o futuro, porque, se não houvesse males, as almas demorar-se-iam nas paixões inferiores por tempo indeterminado, enquanto que, ao chegarem os grandes abalos, os Espíritos procuram outros caminhos para melhorarem.
Deus, sendo todo amor, enviou Seu filho, que desceu dos altiplanos da vida maior para nos ofertar exemplos imortais do bem, de modo a sofrermos menos e encontrarmos a esperança de alcançarmos a felicidade dentro do coração.
Em ti haverá prazer e alegria, e muitos se regozijarão com o seu nascimento. (Lucas, 1:14)
E aqui acrescentamos que todos, algum dia, sentir-se-ão felizes com a vinda do Salvador, pisando conosco no chão da Terra. Graças, a Deus, o Seu amor não nos deixou órfãos, porque o Cristo permaneceu conosco e ficará até a consumação dos séculos, em nossos corações. Se já conhecemos Jesus, trabalhemos para evitar as conseqüências dos males, dos quais não precisamos mais. Eduquemos nossos sentimentos; as escolas são inúmeras, e nos oferecem a Doutrina dos Espíritos.
A civilização apurar-se-á em breve, e a ela devemos agradecer pelo bem que deixou à vista, faltando o elemento Evangelho de Jesus, que com o tempo deverá ser um dos pontos das leis mesmo humanas, que as criaturas poderão tomar como exemplo, porque também a política sem Jesus não tem forças para se educar e dirigir os homens.
Não nos enganemos: somente Deus dirige a todos. Os homens, as civilizações, todas elas, hoje ou amanhã, voltarão seus olhos para as leis naturais, por se acharem iludidos pelo raciocínio errôneo, onde a justiça humana obscurece a lei de amor. Somente o amor salva os homens.
Livro Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez