30.4.25
FUGA DO MUNDO
Há muita diferença entre os que fogem do mundo para beneficiar a humanidade e os que entram em reclusão por motivos que o egoísmo inspira. São motivos pessoais, motivos ilusórios. Os primeiros são homens bem intencionados, que descem, muitas vezes, de altos postos já alcançados, para se misturarem com os sofredores, com os famintos, os nus e os encarcerados, levando para eles o consolo, a veste e o alimento. São esses os bem-aventurados. Eis aí onde não existe egoísmo, desaparecendo a vaidade. Nos segundos, o amor próprio entra em evidência, mostrando o que a pessoa é, na escala da vida.
Convém anotar que Jesus fugia do mundo de vez em quando, no sentido de buscar forças no Pai de todas as criaturas, para beneficiar a muitos, mas Ele não ficava na inatividade.
Os que fogem do mundo por instantes, para buscar conforto em favor dos que sofrem, têm duplo mérito: não ficam na ilusão, ao tempo em que colhem recursos para que a caridade se expresse pelos processos do amor.
Os que fogem das extravagâncias da sociedade não estão em recolhimento absoluto; eles se afastam dos grupos de pessoas que ainda não encontraram a verdade, e gastam seu precioso tempo no bem dos que realmente precisam de ajuda, aos que já compreendem o aproveitamento do tempo, na aquisição do bem eterno. Esses são bem-aventurados, por sentirem prazer em ajudar.
Toda religião, filosofia, e mesmo ciência, cujos alicerces não sejam baseados no trabalho não inspiram confiança, ainda mais, que esse trabalho seja para o bem da coletividade, porque o trabalho no bem, é o mesmo amor em função perfeita com a caridade.
Porque a nossa glória é esta:
O testemunho da nossa consciência. (II Coríntios, 1:12)
A nossa consciência em Cristo deve aprovar os nossos atos no mundo, provando assim que já alcançamos a verdade, passando a viver em harmonia com Deus. O que se movimenta na nossa intimidade é um mundo ainda desconhecido para a mente presente, em pleno vigor de vida de que o raciocínio nos dá notícia.
A grandeza dos nossos dons é sobremaneira incompreensível para as deduções comuns. Os poderes de Deus em nós estão se dilatando cada dia que passa, para corresponder à vontade do Criador. Tudo vem de Deus; até os nossos próprios pensamentos já vêm criados na maneira sutil, como hálito divino, chegando em nós com a predisposição de se tornarem idéias. é por isso que somos co-criadores da vida. Deus nos delega essa grandeza de participar com Ele na motivação da vida imortal.
Os companheiros que trabalham junto aos desvalidos, podem até serem diminuídos às vistas humanas; entretanto, eles crescem sempre com a modalidade simples de ajudar. Dentro deles vibra o amor, que não deixa de ser o céu, onde existe Deus em conexão divina com Jesus Cristo.
Aos espíritas, aos quais estamos falando particularmente, prevenimos que não devem se entregar ao egoísmo, ao isolamento das suas faculdades, mas usá-las para o bem que devem fazer em todas as direções. O tempo passa, e a oportunidade desaparece. Na nossa existência há muitos ensejos que devemos aproveitar na obra do bem, mostrando a Deus, mesmo que Ele já o saiba, que despertamos para os trabalhos de luz.
Livro Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez.
29.4.25
UNIDADE DO CRIADOR
Mensagem publicada na página 4 da Gazeta de Limeira
em 29/04/2025
Deus é
uma unidade dinâmica, criativa e fecunda. Ele não é produto das coisas e
inteligências, pois causa e efeito são distintas. Ao pensar em Deus, os nossos
sentidos passam a vê-Lo na Sua unidade total, único benfeitor universal.
Dividi-Lo contraria nossa consciência. As deduções mais apuradas são do mundo
espiritual, grandes missionários da luz, descem até nós, mostrando a realidade
pelos fatos da própria natureza, que reflete a presença da Grande Luz em todas
as intimidades criadas. Os homens pretendem adorar outros deuses, como no
passado, mas no passar dos tempos, somente a unidade ficará de pé. Deus é uno,
é um ser individual, ligado por agentes sutis a toda a criação. Quando o
Espírito encontra a si mesmo, passa a sentir Deus com mais intensidade. Estude
as tuas próprias reações, analise teus próprios feitos, corrija os teus
próprios deslizes. Estes vibram ao nosso redor sem que nos atinjam, por faltar
o bater às portas da simbologia evangélica. Quando os nossos pensamentos
se educarem, a boca se esquecer de ferir, os olhos de procurar os erros alheios
e as mãos se tomarem somente instrumentos de ajuda, harmonizaremos nosso coração.
Se Deus é Unidade, criemos a unidade do bem, do amor e da caridade em nós, para
refletirmos a Divindade em nossos passos. O homem inteligente não contraria as
leis naturais e, quando ele desencarna com essas mesmas intenções, sente a
benesse desta obediência. Ninguém é livre na totalidade. Somos todos servos do
Senhor e Ele sabe o que nos convém. Por isso cremos na unidade de Deus, na sua
justiça cheia de misericórdia e de Amor. Nossa dificuldade em conhecê-Lo vem da
Sua grandeza de poderes e os Seus atributos indescritíveis. Crê em Deus, sê
obediente ao Comando Maior, que tudo virá ao teu encontro pelo teu merecimento
e de acordo com a tua capacidade de suportar. Não existe injustiça em quaisquer
dos acontecimentos da vida.
Filosofia
Espírita L.E.14 – João N. Maia – Miramez – Toninho
Barana
28.4.25
Mediunidade e Obsessão
Note-se que a “linha divisória” que separa um estado do outro – o mediúnico do obsessivo – é muito tênue, e que, sem a indispensável vigilância, alguém pode, com certa facilidade, transitar do estado mediúnico saudável para o estado mediúnico patogênico.
Quando atuava no Sanatório Espírita de Uberaba, na condição de médico psiquiatra, mas, principalmente, de espírita, percebia, com nitidez, e lamentava, que tantos médiuns, que poderiam ser eficientes tarefeiros na Doutrina, estavam entregues à obsessão.
Quantas faculdades de psicofonia vampirizadas por entidades devotadas ao ódio e à vingança, cedendo, com facilidade extrema, passividade aos inimigos de outrora – inimigos daqueles pobres pacientes que, nesta situação por longo tempo, tangenciavam a loucura, recebendo, de colegas outros, o diagnóstico de “esquizofrenia”.
Poucos foram daqueles pacientes que, libertados de seus algozes invisíveis, não permaneceram com sequelas, ou que, uma vez “curados”, não quiseram se comprometer com a mediunidade – constrangidos na obsessão, de livre e espontânea vontade nada queriam com a mediunidade.
Refiro-me ao assunto, en passant, porque, na atualidade, registramos muitos medianeiros que, tendo começado bem em suas atividades mediúnicas, depois, sem a necessária vigilância, extrapolam eles próprios, facilitando o assédio dos espíritos que terminam por lhes adoecer as faculdades.
Necessária, pois, se faz muita cautela da parte de todos os que laboram no campo mediúnico, de vez que, como pontificou Kardec, a obsessão é uma irmã desviada da mediunidade – ambas têm os mesmos genitores, ou seja, a sensibilidade psíquica, possuindo assim a mesma genética, inclusive física, todavia, segundo antigo ditado que eu ouvia de minha mãe, “os dedos das mãos não são iguais”...
Profundamente lamentável observar, em nossa gleba de atividades doutrinárias, tantos médiuns sanos tornando-se insanos, simplesmente por conta de vaidade e personalismo!...
Estendendo os conceitos do Codificador, de vez que, sim, SOMOS TODOS MÉDIUNS, segundo o título de valiosa obra mediúnica escrita do Mais Além por Odilon Fernandes, todos os espíritas somos passíveis de padecer o estado obsessivo, quer no exercício ostensivo ou discreto de nossas faculdades.
Outra vez: cuidemos da vigilância!...
INÁCIO FERREIRA - blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 27 de abril de 2025.
27.4.25
Vencendo
Na abençoada luta contra o mal,
Se sustentas o fardo na subida,
Sem reclamar de pedra ou lamaçal...
Se tens no amor tua constante lida
E no perdão o lema pontual,
Se mesmo de alma triste e consumida,
Brilha-te a fé por lúcido fanal...
Terás, então, no âmago do ser,
O júbilo que nasce do dever
Que te acalenta a luz do coração...
E de face lavada pelo pranto,
A dor se te fará sorriso e canto
De quem venceu na cruz da provação!...
Eurícledes Formiga - Blog Espiritismo em Prosa e Verso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em 15 de Janeiro de 1986, em Uberaba – MG).
26.4.25
Um Legado de Humanidade
Deixa para todos um legado de humanidade e de coerência com os ensinos de Nosso Senhor Jesus Cristo e isto não é pouco para os dias de hoje.
Ser leal aos ensinamentos de Jesus atualmente custa caro.
As pessoas desejam, de maneira geral, acomodar as suas necessidades de melhoria interior dentro das conveniências religiosas e espirituais, e isto tende a distorcer radicalmente a mensagem original de Jesus.
Do seu jeito simples, Francisco tentou reavivar nas suas palavras e gestos o amor genuíno de Deus a todos os seus filhos e a palavra segura e confortante do Evangelho de Jesus. Isto ele não abria mão.
Francisco cumpriu o que prometera nos círculos espirituais quando assumiu o papado: ser fiel aos ensinamentos de Jesus.
Ele trouxe consigo o que Jesus nos pedira, ou seja, estar mais próximo de nosso irmão de caminho, trata-lo efetivamente como um irmão, pois é isso que somos.
Fez mais: aproveitou sua voz para lembrar de temas que estavam esquecidos ou que não era dada a importância que se prestava.
Falou da natureza e das inquietações que devemos ter com as mudanças climáticas.
Emprestou sua voz para incluir na Igreja os que aparentemente não faziam parte dela como os casais homoafetivos, os divorciados e, principalmente, os pobres.
Uma Igreja como eu sempre desejei: pobre e para os pobres. Tentou.
Sua voz também ecoou em defesa da paz. Num mundo que ainda insiste em ter guerras, Francisco não se cansou de se colocar à disposição para acabar com estes movimentos de morticínios.
Mas, algo pode ficar patente na sua fala: o carinho para com todos.
Era impressionante vê-lo acalentar a toda a gente que o procurava e como ele se comunicava bem quando viajava para outros países. Sua humanidade brotava naturalmente com a sua presença.
Este ponto é fundamental porque este tipo de qualidade não se capta pela inteligência racional, mas pela inteligência espiritual. Esta, ele possuía demais.
Francisco dorme. Mal sabe que agora faz parte do mundo dos vivos em espírito.
Ele não é um anjo celestial como muitos desejam desenhá-lo, aliás, não somos nada disso que pintam por aí.
Somos seres humanos normais, com nossas fraquezas e conquistas; com nossos pendores e imperfeições.
Humanizemos o ser humano como Francisco tentou fazer.
Sejamos mais próximos uns dos outros como ele tentou ser.
Façamos as pazes com nossos inimigos interiores enquanto estivermos na nossa caminhada redentora da alma.
É Jesus que ampara todos nós. Lembrem-se sempre disto.
Sejamos leais a Jesus na prática de seu Evangelho santo e bom.
Foi isto que Francisco tentou ser, imitando o seu homônimo que ele escolheu muito bem para tentar representar.
Deixemos que os dias passem e voltemos a trabalhar pela paz e pela instalação do amor entre os homens.
É isso que Jesus deseja de todos nós.
Benvindo, bom Francisco!
Helder Camara - Blog Novas Utopias
25.4.25
SAL da Terra – LUZ do Mundo
cloreto de sódio, conhecido como sal ou sal de cozinha, é formada de um átomo de cloro para cada átomo de sódio. NaCl. O sal ele é essencial para a vida animal e é também um importante conservante de alimentos e um popular tempero. Cloreto de sódio é necessário para a sobrevivência de todos os seres vivos, incluindo os seres humanos. O sal está envolvido na regulação da quantidade de água do organismo. O aumento excessivo de sal causa risco de problemas de saúde como a hipertensão arterial.
(Mateus, 5:13) "Vós sois o sal da terra. e se o sal perder sua força, com que outra coisa se há de salgar? Para nada mais fica servindo, senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens".
A Química nos ensina que onde quer que o encontremos, seja na terra ou no mar, ele é sempre o mesmo: inalterado, inalterável. Dotado de qualidades essencialmente conservadoras, mantém-se incorruptível, preservando, ainda, os corpos que com ele entram em contato.
Jesus quer que seus discípulos sejam como o sal: elementos preciosos, de grande utilidade na sociedade, tipos de honestidade, incorruptíveis e preservadores da dissolução moral no meio em que se encontrarem.
Para o sal exercer suas funções é preciso:
1.°) Ser misturado às substâncias alimentícias. Sem isso, não produzirá os efeitos desejados. Assim também o aprendiz dos ensinos de Jesus. Para atuar junto aos seus companheiros de jornada precisará conviver, participar das dificuldades e alegrias dos seus irmãos. "Deus fez o homem para viver em sociedade. O homem deve progredir, mas sozinho não o pode fazer porque não possui todas as faculdades: precisa do contato dos outros homens. No isolamento, ele se embrutece e se estiola" (questões 766 e 768, de O Livro dos Espíritos). O ser humano às vezes prefere se isolar, para evitar os problemas decorrentes do contato social. Mas o isolamento é egoísmo. Fugir do mundo só é válido para se devotar ao amparo dos infelizes, como fazem alguns abnegados. Há espíritas que preferem realizar seus estudos, fazer suas orações, no ambiente doméstico, evitando participar das sociedades espíritas, para evitar problemas de relacionamento, ou para não assumir maiores responsabilidades. Será que esse "sal" está cumprindo sua finalidade?
2.°) O sal é precioso, porém precisa ser usado na quantidade certa, com equilíbrio. Colocar muito sal pode estragar o alimento, tornando-o impróprio para o consumo. É o caso dos fanáticos, dos exagerados, aqueles que se distanciam da realidade, e que, em conseqüência, nada transmitem de útil. Pior ainda, pode até contribuir para o afastamento de outras pessoas do ideal religioso, devido a sua maneira inadequada de proceder. Empenham-se em pregar para os outros aquilo que elas mesmas ainda não conseguiram entender, e muito menos fazer. "Conhece-se a árvore pelos frutos que ela produz", ensinou-nos Jesus. Conhecemos o cristão pelo seu modo de ser e de agir, e não por aquilo que ele fala.
3.°) "Se o sal perder sua força e tornar-se insípido, para mais nada presta senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens". São as pessoas que cuidam mais da aparência, do que da essência. Estão mais interessadas no que os outros pensam sobre elas, do que em sua real situação. Mais interessados em prestígio, destaque social, do que em atender o objetivo da vida que é a evolução espiritual.
4.°) Finalmente, vale refletir que quando Jesus compara os aprendizes do Evangelho ao sal, está nos conclamando ao trabalho de nossa transformação moral, afeiçoando-nos aos seus ensinos. Ninguém dá o que não tem. E ninguém tem realmente senão aquilo que é. Para o discípulo de Jesus ser fator de preservação do bem, e contribuir para o progresso e desenvolvimento espiritual dos seus companheiros de jornada, naturalmente ele deverá ter desenvolvido, pelo menos uma boa parte desses valores em si próprio. Para a pessoa "fazer", ou "dizer", com autoridade é necessário "ser" alguém que já desenvolveu em si mesmo os valores que deseja incentivar nos outros. Nesse sentido disse Paulo: Mesmo que eu fale a língua dos anjos, isto é, que fale maravilhosamente bem, expressando conceitos e verdades profundas, "se não tiver caridade", ou seja, se não tiver desenvolvido em si o equilíbrio, o amor, a compreensão, tais palavras serão inócuas, como um sino: apenas um som vazio que a nada leva. Na página de Paulo, bastante conhecida e apreciada, fica claro que tudo o que ele faz, ou fala, só produzirá bons resultados, se for acompanhado de autoridade de quem já edificou em si os valores do bem. O sal para produzir os efeitos de sal tem que ser sal de verdade ou seja, guardar as propriedades que lhe são próprias. Assim também os discípulos de Jesus que desejamos ser.
Pedro de Camargo (Vinícius) no seu livro – Nas Pegadas do Mestre, comenta que o sal não se corrompe, mesmo em contato com a corrupção, e assim, diz ele, deve ser o cristão, ou seja – bom no meio dos maus; justo no meio dos injustos; probo no meio da iniqüidade; prudente no meio dos insensatos; altruísta no meio dos egoístas; virtuoso no meio de todos os vícios. Diz ele ainda: O sal nunca recebe; dá sempre. Misturai-o com o açúcar e esta torna-se salgada, mas o sal não adoça. O cristão, como o sal está no mundo para dar, e não para receber.
Podemos dizer, também, que o sal da terra deverá destacar a vida espiritual do homem. Não somos a matéria que compõem o nosso corpo. Usamos a matéria, mas não somos matéria. Dar ao homem a oportunidade de descobrir a sua espiritualidade, é condimentar a vida, dando-lhe sabor. Mas em tudo é preciso ter a medida certa, pois, assim como o excesso de sal estraga o sabor do alimento, o excesso deste sal da terra, pode tornar a vida intragável.
Mateus 5: 14-16 e Lucas 11: 33–36
Vós sois a luz do mundo. As anotações de Lucas vão um pouco além, porque ele acrescente: a lâmpada do corpo é o olho. Quando o olho é simples todo o teu corpo é luminoso.
Carlos Torres Pastorino, comenta: A luz tem como finalidade, tanto quanto o sal, servir aos outros, e não a si mesma. Para que a luz produza o seu efeito, é mister que esteja colocada no alto, e não escondida. No adendo de Lucas, Pastorino comenta: se os olhos forem simples, no sentido de limpos, puros, sem malícia, todo o corpo será luminoso. Se forem enfermos (maliciosos, maldosos), a criatura ficará em treva. Por exemplo: quando alguém vê duas criaturas se amando com simplicidade, sem malícia, admira o amor, tudo permanece em luz. Mas, se nesse amor, quem olha coloca malícia, o amor continuará a brilhar com pureza, mas a criatura que maldou será invadida pelas trevas da malícia que só existe nela mesma.
Del Chiaro comenta: A luz ilumina o ambiente. A luz referida por Jesus de Nazaré deverá iluminar nossa consciência e a consciência do mundo. Mas, para iluminar o exterior precisamos antes nos iluminar interiormente. Ainda há muita escuridão em nosso mundo interior. Quando o nosso olho é mal, vê maldade em tudo, até onde ela não existe.
Só o conhecimento superior da vida pode iluminar o nosso interior. A Doutrina Espírita é um excelente curso superior do conhecimento da vida.
24.4.25
Por uma Economia mais Justa
Meu pai me enveredou para o caminho da política bem cedo, vislumbrava-me, naturalmente, como um sucessor de suas conquistas, mas, apesar de meu impulso inicial para a arte de governar e parlamentar, vi-me intrigado, é verdade, com o mundo das letras. Mesmo no curso de Direito que fazia, a paixão pelas letras vinha-me à tona com muita intensidade. Que beleza poder expressar no papel as ideias. Via outros autores dedicar sua vida em torno disso. Logo me imaginei como um deles. De certa forma, consegui fazer isto, dividindo, é claro, com as minhas outras obrigações, políticas e diplomáticas. Agora, na condição espiritual, renovo o meu desejo de continuar a escrever para toda a gente, mas respeito, obviamente, as limitações do meu interlocutor.
Agora mesmo, veio-me a ideia de dizer versos no meu bom francês, mas as suas limitações linguísticas atuais me impedem de fazê-lo. É esta, entre outras, as dificuldades que enfrentamos no dia a dia da relação intermundos. Contentamo-nos, porém, com o que é possível. Vejo muitos a dedicarem atenção a certos médiuns e eles pouco vislumbram numa continuidade de relação de parceria.
Tudo isso é importante revelar porque você também virá para o mundo de cá outra vez e verificará per si as inúmeras limitações que temos nesta conjugação de esforços entre espíritos e os que estão sob o jugo da matéria. Ainda assim, é possível fazer muito, porque o pouco que temos representa grande válvula de escape para as ideias que queremos divulgar.
Hoje, por exemplo, estou à frente da Avenida Paulista, em São Paulo, o centro financeiro do País. Quanta riqueza à minha frente, quanta oportunidade de negócios. Quanta gente, igualmente, à procura de um lugar ao sol.
A riqueza de poucos, na verdade, é que gera a riqueza miúda da maioria. A enorme concentração de renda existente no nosso País provoca distorções alarmantes e tais desigualdades, no fundo, ferem a própria democracia.
Um mundo melhor, que imaginamos, deve possuir grau mínimo de desigualdade entre as gentes. Este é, talvez, um dos grandes desafios da humanidade: proporcionar melhor equilíbrio na distribuição da riqueza.
As arbitrariedades do passado, típicas dos senhores de engenho e proprietários das fazendas de café, são hoje avantajadas, pois adquiriram uma proporção gigantesca. Os barões do café são hoje os mega empresários da indústria e de serviços, sem deixar de citar a nova classe empresarial dos detentores do conhecimento e da informação. Os latifundiários de ontem atualmente são conhecidos pela capacidade de realizar negociações transnacionais. Na verdade, expandiram seu modo de atuação e alcançam cifras e domínios em escala mundial.
Não condeno tal fato, logicamente é um reflexo da sua capacidade empreendedora, de produzir negócios com competência, mas o que condeno é que a distribuição das riquezas geradas por estas ações de empreendedorismo, não ocorre como deveria. O lucro, na prática, fica para poucos.
Ora, como poderemos pensar numa nação ou num planeta melhor se continuamos ainda a macular a riqueza deixando-a nas mãos de “meia-dúzia” de pessoas enquanto a grande maioria fica apenas a dividir as migalhas?
Aqui mesmo, entre os transeuntes da Paulista, vejo esta disparidade. Uns de terno e gravata, outros a mendigar moedas. Uns nos seus automóveis luxuosos, outros a disputar espaço num metrô.
Enquanto as desigualdades forem o retrato de nosso cenário social, o homem apenas adiará a sua condição de felicidade plena, pois não se pode conjugar prosperidade sem a inclusão de mais e mais membros na repartição do bolo da grande economia.
Agora, então, temos um dilema a resolver: por que o menos afortunado deve pagar as contas públicas quando eles não participaram da alocação equivocada dos gastos governamentais?
Sabemos que a classe média fica com a parte mais salgada da fatura, mas como a economia é integrada e tudo funciona num efeito cascata, os pobres é que amargam no dia a dia pelo disparate das decisões equivocadas de seus representantes.
Uma economia distributiva não pode tolerar, em primeiro plano, o uso inadequado das finanças públicas. O que penso é que a razão social impede-nos de tomar decisões ainda mais duras do que se deveria, mas algo necessita ser feito de maneira definitiva para se evitar a irresponsabilidade fiscal. O pior é que as leis, vez em quando, são moldadas para fraudar os resultados oficiais decorrente da desorganização do governo central.
Todos estão na mesma roda. Como é que não podem ver – ou não querem – que este ciclo vicioso deve definitivamente deixar de existir? Não se pode mais manipular resultados da macroeconomia e deixar que os outros paguem as contas, contas estas que não são apenas para o presente, mas que interferem profundamente na criação de um novo futuro para nossa gente.
Quando será que os políticos despertarão da sua letargia de seus interesses e devolverão a dignidade no uso honesto das verbas públicas, garantindo mais estabilidade nos planos governamentais, em todas as áreas?
A espiritualidade tudo vê. Nós já decidimos, há muito, não ficarmos de braços cruzados e, com as devidas autorizações de ordem maior, vamos ao encontro daqueles que podem reverter esta situação danosa e que beira ao caos, ou, ao menos, minimizar os efeitos da catástrofe inevitável.
Forçoso é dizer que tudo isto faz parte de grande projeto maior para a melhoria planetária e de nosso País. O povo necessita viver na pele determinadas experiências para dar um basta à economia predatória de mercado que não respeita o meio ambiente e que exclui o trabalhador na divisão do lucro. Outras bases na economia deverão ser impostas, aliadas a compromissos de honradez e equidade.
A transformação será dura, mas necessária. Oremos a Deus e ao mestre Jesus para que possamos passar logo por estas experiências dolorosas e possamos, o mais rápido possível, encontrar o nosso norte de prosperidade aglutinativa e distributiva. De mais humanismo e menos ganância. De mais amor e menos egoísmo.
É isto que desejamos!
Joaquim Nabuco - Blog de Carlos Pereira
22.4.25
O Retorno de um Irmão
Não somos, a priori, proprietários da nossa existência na Terra, ao contrário, somos usufrutuários dela.
O que ocorre, neste momento, é, tão-somente, o retorno de um homem que dedicou a sua fé em fazer um mundo melhor na medida das suas possibilidades.
Foi alguém absolutamente fiel aos interesses de Jesus, vendo, acima de tudo, um irmão em quem quer que seja.
Não foi, por esta razão, um santo, nem desejava ser, mas alguém que buscava sinceramente ser coerente com aquilo que acreditava e defendia.
Não foi, também, alguém que se aproveitou das posições que ocupou para fazer proselitismo da sua fé, até porque compreendia perfeitamente que não poderia interferir na fé de ninguém.
Francisco/Bergoglio foi um homem simples entre vocês porque nunca desejou ser superior a qualquer pessoa.
Ele era transparente no que dizia e fazia, sendo leal aos seus mais profundos pensamentos e convicções.
Não estará no altar de Deus como alguém especial, pois nutria perfeitamente a sabedoria de que para estar próximo do Pai Eterno se deve, primeiramente, estar ao lado dos que mais sofrem.
Francisco/Bergoglio não eram duas pessoas em uma, era uma pessoa que se multiplicava em várias.
Seu legado à Igreja Católica será pautado exatamente por esta coerência e transparência, qualidades estas muito incomuns a um mundo que passou a se acostumar com pessoas dissimuladas e preocupadas com as aparências.
Francisco/Bergoglio descansará um pouco mais até poder se restabelecer e continuar trabalhando, como sempre fez, na seara de Jesus.
Louvamos aqui o seu esforço genuíno de tentar ser, não aos olhos dos outros, mas em dever da sua própria consciência, irmão de seus irmãos, e se aproximar, cada vez mais, em obras e pensamentos a Deus, tendo como referência máxima a figura augusta de Jesus de Nazaré.
Ave, Francisco!
Qual o outro Poverello de Assis acalma, por enquanto, o teu coração febril em querer ajudar o outro e, no tempo certo de Deus, recomeçar - ou continuar - a disposição daquele que nos ensinou que deveríamos ser o menor entre os homens se desejássemos, sinceramente, ser maior aos olhos de Deus.
Fique em paz, irmão!
Um Religioso Católico - Blog Novas Utopias
21.4.25
18 de Abril de 1857
Sem dúvida, um livro que, desde o seu lançamento, esteve à frente de seu tempo.
O seu conteúdo de Tríplice Aspecto – Ciência, Filosofia e Religião –, ainda está a ser, vagarosamente, assimilado, mesmo pelos espíritas mais estudiosos.
Acontece que não é fácil aos espíritos, em geral, a mudança mental de Paradigmas em torno da própria imortalidade.
Poucos são os espíritos, encarnados e desencarnados, que se encontram preparados para viverem a sua imortalidade!...
Deste Outro Lado da Vida, podemos constatar a realidade do que acima afirmamos, de vez que, os que não estão a dormir, aguardando, sem saber, por um novo corpo na Terra, têm dificuldade para admitir a possibilidade do próprio desenlace...
O espírito insiste em continuar sendo a casca, e não a castanha que a casca contém...
Continua insistindo em ser a ostra, e não a pérola...
Em ser a árvore, e não a seiva...
De fato, “O Livro dos Espíritos” é um livro “inconscientemente” ignorado, porque os homens têm medo da efetuar a mudança de Paradigmas que ele, desde o século XIX, anunciou.
O “inconsciente” lhes diz que é melhor prosseguirem aspirando ao Céu, ou à ressureição no Dia do Juízo Final – será muito menos trabalhoso...
Os próprios espíritas – não todos! – tremem quando cogitamos da Reencarnação no Mundo Espiritual, e dizem, quando não ironizam:
- Doutor, morrer uma vez já é difícil, morrer outra vez?!...
Sim, e sempre, a fim de viver mais e infinitamente – respondo-lhes.
- “Nascer, viver, morrer, renascer e progredir sempre, tal é a Lei.” – Tornar a nascer, tornar a viver, tornar a morrer e tornar a renascer, nas muitas Moradas da Casa do Pai, para progredir sempre – eis a Lei em espírito e verdade.
Muitos irmãos de Ideal espírita-cristão preferem desfrutar à guisa de céu, que desfrutavam em suas convicções infantis, do Mundo Espiritual que é apenas e tão somente a outra metade da “cebola” em que vivemos – da “nossa cebola”, perdida em meio a imenso “cebolal”...
Como dizia Chico Xavier, Deus é “um plantador de cebolas”!...
Por agora, cada espírito está estagiando em uma das camadas concêntricas da “cebola” – claro existem cebolas “comuns”, morada de “ceboleiros” comuns e cebolas de “qualidade”, como a Cipolla Ramato de Montoro, onde residem os “ceboleiros” mais aperfeiçoados, semelhantemente aos que habitam o Metaverso, e outros o Omniverso...
A vida é um Matrix Divino!...
Por isto, e mais, “O Livro dos Espíritos” é um livro temido pelos teólogos, cristalizados em suas crenças de vida, e filósofos que se encantam de seu próprio pobre saber.
Temido, sim, pelos que querem continuar vivendo após a morte, desde que seja em uma espécie de oásis imperturbável, donde emana leite e mel.
Temido, ainda, pelos que, crendo ser coragem, e não ignorância, admitem na morte o ponto final da existência – certamente, mais saberetas que Sócrates, o mais sábio dentre todos os homens.
Salve “O Livro dos Espíritos”! Salve Allan Kardec, três vezes salve! Salve Chico Xavier, para sempre salve!...
INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 20 de abril de 2025.
20.4.25
Seguir Jesus
O que Ele quer que pensemos?
O que Ele deseja que sintamos?
Estas perguntas são importantes para que tenhamos uma perfeita conexão com Ele e, consequentemente, com a nossa parte divina e espiritual.
Jesus representa o clímax da atuação humana na Terra, por isso que dizemos que Ele é nosso Mestre e Senhor.
Mestre porque Ele nos ensina o bem-viver.
Senhor porque Ele representa a autoridade divina na Terra.
Segui-Lo representa, em última análise, a possibilidade de servir ao Senhor das nossas Vidas, dada a sua conexão com o Criador em Espírito e Verdade.
Saber fazer isso constitui um desafio para as nossas vidas. E como aprender este desiderato?
Simples! Praticando o Evangelho trazido por Jesus.
É certo que Jesus nada escreveu, mas as suas palavras ecoam até hoje nas nossas mentes e corações.
Seus discípulos trouxeram na reminiscência das suas mentes as suas palavras de vida eterna. Contentamo-nos em estudá-las e praticá-las.
Vemos aqui o desafio se multiplicar em dois: estudar e multiplicar.
Estudar significa ir ao encontro da essência dessa mensagem. Saber exatamente o que Ele quis dizer com cada palavra e estória. Descobrir os preâmbulos e os epílogos de cada texto.
Aplicar representa buscar colocar estes ensinamentos de vida eterna em nossas vidas. Traduzir do intelecto para a prática cotidiana. Eis o desafio maior.
Muitas vezes até compreendemos o significado das palavras de Jesus. É absorvida pela nossa inteligência, mas quando elas chegam ao coração...
Se é que chegam, não é verdade?
Essa desconfiança de que não conseguimos transformar em ações o que é processado pela mente não pode ganhar corpo em nós. Podemos, sim, sermos instrumentos de Deus e continuadores de Jesus.
“O que faço, vós podeis fazer bem mais”, asseverou o Mestre de Nazaré.
Cumpramos, portanto, o nosso compromisso de tentar ser as cartas vivas do Evangelho de Jesus.
É possível, sim!
Se não o fosse estaríamos todos condenados a priori a insensatez e a ignorância.
Bem aventurados aqueles que choram porque serão consolados, dizia o Mestre. Pois bem, para que não nos sintamos incompetentes o mecanismo da dor bate-nos a porta da alma para nos ensinar as verdades santas que o intelecto sozinho não consegue alcançar.
Salvemos as nossas vidas!
Leiamos e exercitemos o Evangelho santo dia após dia, hora após hora, minuto após minuto.
Sim, faremos acontecer a vontade de Deus em nós!
Helder Camara - Blog Novas Utopias
19.4.25
Palavra e Vida
Em que o homem se degrade,
A eficiente vacina
Tem nome de Caridade.
Formiga
*
Quem em tudo vê o mal
E o que é bom enxerga pouco,
Um dia, sem perceber,
Termina ficando louco.
Domingas
*
Cabeça maledicente,
Morada escuridão,
Mais difícil de curar
Que qualquer obsessão.
Inácio Ferreira
*
Pela postura do corpo,
De tua cabeça aos pés,
É possível que reveles
Quem verdadeiramente és.
Manoel Roberto
*
Quem recebe beijos e abraços,
Com afagos não se iluda,
Pois se alguns são de Jesus
Outros muitos são de Judas.
Maria Modesto
*
Quem muito estima a fofoca
E fofoca a vida inteira,
Quando renasce na Terra
Vem com a prova da cegueira.
Sinésio
*
A palavra quando é boa
É uma semente de luz,
Que floresce e produz frutos
Sob as bênçãos de Jesus.
Aurora
Blog Espiritismo em Prosa e Verso (Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 12 de abril de 2025, em Uberaba – MG).
18.4.25
ARMA ONIPOTENTE
Ei-la a estrugir na idéia!... Alçada com lisura,
Reflete os dons de Deus, ergue, educa e domina!...
Tesoura, corta os véus literais da Escritura!
Cinzel, grava os anais da Justiça Divina!
Aguilhão, tece o fio imortal da cultura!
Lança, retalha o corpo estranho da rotina!
Clava, reduz o grés do mal a cinza escura!
Pincel, tinge os painéis ridentes da bondade!
Chave, fende os portais ocultos da Verdade!
Palheta, fere em lira a paz serena!
Homem, caminha além! Pompéia, em verso e prosa,
O altívolo espadim da expressão luminosa
A brilhar-te nas mãos sob a forma de pena!...
(*) Chefe da chamada “Escola do Recife”, o poeta sondoreiro de Dias e Noites deixou uma obra vasta e imponente. Para Exupero Monteiro, da Academia Sergipana de Letras “Tobias foi um poeta de grandezas e ternuras”, salientando que” a dúvida religiosa foi uma das constantes da sua amargurada existência” (T. Barreto, pág. 30).
Cultura polimórfica e profunda, escreveu sobre Filosofia, Direito, Literatura, Música, “abrindo novos caminhos à vida espiritual do país”, no dizer de Edgard Cavalheiro. Figura de destaque na Faculdade de Direito de Recife. Lente da Universidade Livre, de Francfort, em 1881.
Patrono da cadeira nº38, na Academia Brasileira de Letras, pertenceu, ainda, ao Instituto Arqueológico e Geográfico Pernambucano.
Esforçado paladino da imprensa, colaborou em vários pródigos em Recife, tendo fundado e redigido muitos outros.
Orador ,crítico, polemista e perfeito conhecedor de meia dúzia de línguas, Armindo Guaraná considerou-o “o maior dos sergipanos pelo talento e pela erudição”. (Campos, atual Tobias Barreto, Est. de Sergipe, 7 de junho de 1839 − Recife, Est. De Pernambuco, 26 de junho de 1889.)
BIBLIOGRAFIA: Dias e Noites; Estudos Alemães; Discursos;etc.
Livro: “Antologia dos Imortais” - Psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.
17.4.25
PERANTE PROVOCAÇÕES
Que não possas deslindar...
Muita coisa só o tempo
Poderá solucionar.
*
Perante provocações
Que alguém te faça ao redor,
A atitude de silêncio
É a resposta melhor.
*
Para quem cumpre o dever
Sem rebaixar-se de nível,
A consciência tranquila
É defesa intransponível.
*
Não escutes palavrório
Seja em sussurro ou cochicho...
Não transforme teus ouvidos
Em uma lata de lixo.
*
A boca maledicente,
Muitas vezes, se compara,
No mau cheiro que extravasa,
A fossa que se escancara.
Eurícledes Formiga - Blog Espiritismo na Internet
16.4.25
Comentário Questão 769 do Livro dos Espíritos
Somente existe um absoluto, que é Deus e as Suas leis. Todas as coisas criadas pelos homens são relativas, dentro da relatividade que o tempo, o espaço e a maturidade comportam.
O homem é cheio de manias criadas por ele mesmo, e ainda pensa, quando não tem compreensão, que suas idéias estão certas. Ele enverga uma roupagem ilusória, julgando-se o próprio Deus. A presunção carrega-o para a perdição, até que encontre a verdade.
As almas, no começo da sua evolução, se nos parecem egocêntricas, por lhes faltar sabedoria. Tudo que existe pertence a Deus. Nós outros, em todos os planos que podemos habitar, somos usufrutuários, e não proprietários; até os corpos que periodicamente vestimos são doados por Deus, para que sirvam de instrumento à nossa evolução.
Que direito tem o ser humano de se isolar dos seus companheiros? Qual a finalidade desse gesto, que não o leva a nada? Isolar-se é desprezar as companhias que Deus proporciona às almas, para completarem o que buscam. O progresso vai nos dotando de novas condições, e os nossos dons passam a se desenvolver, atendendo muitas das nossas necessidades.
O futuro vai nos dizer que, na extensão dos evos, a diferença entre homem e mulher deverá desaparecer, para concentrar as qualidades em uma só pessoa. é a evolução nos mostrando a integração das qualidades. Não é que retrogradaremos envolvidos pela prosápia; é que, com esse espaço, já estaremos livres do egoísmo e do orgulho para sempre, porque conheceremos a verdade e porque já teremos dado conta de nós mesmos ao Criador.
Escutemos o que Paulo disse aos Romanos, no capítulo quatorze, versículo doze, demonstrando conscientização das leis naturais feitas pelo Senhor:
Assim, pois, cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.
Se nos insulamos por vaidade, para nos mostrar aos que passam, somente nós iremos dar conta a Deus dos nossos atos; é por isso que devemos, por lei do bem, viver em conjunto, para ensinar e aprender o que sabemos e o que ainda precisamos saber. Toda satisfação presunçosa é falta que fere a consciência. As nossas lutas devem ser sempre em favor de todas as criaturas, não somente em benefício próprio.
O homem que se condena a não ser útil a alguém está à beira da falência, comungando com o desprezo de si mesmo; ele está morrendo, quando não serve para servir. O Espírito hiperbólico vai automaticamente para os extremos, onde ele sofre as consequências da sua ignorância. Foi para nos moderarmos que Deus nos deu inteligência, para que ela nos guie naquilo que pode e deve.
A Doutrina dos Espíritos surgiu no mundo para impulsionar a humanidade, juntando todos os povos em um só ideal, o de confraternizar todos os povos, de fundar uma filosofia social cristã, de sentir todos os nossos semelhantes como a nós mesmos. Todos têm os mesmos direitos e, certamente, deveres.
A dor e os problemas, os infortúnios de toda ordem, devem desaparecer dentre os homens, quando não existir mais orgulho e egoísmo nos corações. Compete a cada criatura trabalhar dentro de si para expulsar tudo o que é contrário ao amor, deixando lugar para o nascimento do Cristo no coração, de que Deus possa comandar os nossos destinos na nossa plena consciência de viver.
Que Deus nos abençoe sempre nas nossas atitudes, que Jesus nos oriente pelo Evangelho, de maneira a não só falarmos da Boa Nova, mas passarmos a vivenciá-la em todos os momentos da nossa vida.
Livro Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez.
15.4.25
Mensagem publicada na página 04 da Gazeta de Limeira em 15/04/2025
AS QUALIDADES DE DEUS
As
qualidades de Deus marcadas pelas nossas comparações, deduções em confronto com
nossos dons, coloca o nosso Pai Celestial dotado das nossas faculdades
aprimoradas. Falamos que Deus é a Suprema Inteligência, porque não
encontramos recursos para destacá-Lo. Inteligência e razão são posses do
Espírito comum; o Criador está acima de todas as colocações humanas, e mesmo
espirituais. Falamos que Deus é Amor, que é um dos Seus atributos; Ele é muito
mais que o amor. A ânsia dos homens em conhecer Deus, Sua intimidade, são os
primeiros passos, os Espíritos mais evoluídos sabem os limites das suas forças.
Não desejando contrariar as leis, cumprem os seus deveres e esperam. Deus
ofusca todas as luzes e a sua bondade inspira todas as bondades do universo; o
seu amor alimenta todo o amor da criação e o seu trabalho é o exemplo que
deveremos operar. Falar de Deus, pensar em Deus é exercício de alto valor para
a nossa integração com a Divindade, é uma operação de seleção de valores nas
nossas intimidades, como no íntimo de quem, nos ouvir ou ler. As sementes dos
atributos do Criador se encontram plantadas nas nossas consciências, e o
progresso se encarregará de despertá-las para a luz. Quem deseja analisar a
capacidade de Deus, que observe a Sua criação, a harmonia e a mecânica do
Universo. Tudo é luz na Sua feição divina, mesmo o que pensamos ser treva, por
nos faltarem dons desenvolvidos na busca da intimidade das coisas. Oh! Homens
que caminhais conosco, deixai despertar as luzes que existem em vossos
corações, agradecendo à Divindade e tomando as mãos do Cristo, que Ele vos
libertará! Sejamos fortes na educação de nós mesmos, porque é na persistência
do trabalho e no esforço do dever, que beijamos as flores da sabedoria como se
fossem a face do Criador, nos tornando dignos de um novo amanhecer.
Filosofia
Espírita L.E.13 – João N. Maia – Miramez – Toninho
Barana
13.4.25
O Grande Erro
O ser humano deseja ter certezas. É natural que assim seja, pois as certezas nos dão a devida segurança para caminhar no mundo. Errar e acertar, porém, fazem parte da evolução. O que devemos é criar um raciocínio tal que nos dê a confiança necessária de que estamos indo por um bom caminho, aquele que nos remete a coerência com o que pensamos.
E se errarmos, o que devemos fazer?
Considerar imediatamente o erro, reorientar a direção e seguir em frente.
Pode parecer simples este raciocínio, mas muita gente não age desta maneira. Por puro orgulho, veste-se na verdade que criou e não larga dela de jeito algum. No fundo, vai se prejudicar imensamente, mas este tem sido o comportamento de milhões de pessoas pelo mundo. O resultado desta teimosia infeliz é viver batendo cabeça por aí, onde a vida parece que não se encaixa e tudo dá errado.
Por que o ser humano age assim?
Já disse que o orgulho era a raiz deste comportamento, mas não seria mais fácil, teoricamente, ser mais humilde?
Sim, racionalmente, mas muitas pessoas agem no influxo da vaidade. Errar, portanto, não faz parte do seu dicionário de vida e não deixará o braço a torcer por nada no mundo.
Esta tarefa de reconhecimento dos próprios erros faz parte da condição humana que quer, de fato, evoluir. Sem a tentativa e erro, nós ficaríamos a mercê da sorte ou da inércia, porque não nos movimentaríamos até ter a certeza que estaríamos ao lado da razão.
O que devemos fazer é buscar as melhores alternativas, as melhores respostas, os melhores argumentos. Para isso, fundamental é ouvir a todos, buscar a razão de vários lados. Isto fará com que diminuamos a tendência de erro. Não temos alternativa se quisermos acertar.
Vejo no mundo muita gente sofrendo – e vai sofrer ainda mais – por se colocar como escravo de suas próprias ideias e não ouvir, de jeito algum, o que fala a consciência dos outros.
Ora, se tivéssemos toda a razão dentro de nós seríamos o próprio deus encarnado, e embora um dia ainda tenhamos este pleno estado de sintonia com o Pai, ainda estamos bastante distante desta condição.
Quantos erros seriam evitados ou mesmo atenuados se tivéssemos a preocupação de não sermos os donos da verdade?
Quantos prejuízos deixaríamos de provocar, para nós mesmos e para os outros, se tivéssemos a humildade de reconhecer os nossos equívocos?
Mas, teimamos como mula que emperra no meio do caminho quando se sente contrariada nos seus propósitos. Dar o braço a torcer, jamais, pensariam alguns.
Que pena!
A humanidade não foi construída pelos homens senão porque eles entenderam que haviam errado em dado momento e seguiram por outro caminho.
Muitas vezes foi necessário para os grandes luminares da humanidade “errar mil vezes” para encontrar a razão de ser daquilo que estudavam. O que importou foi a descoberta e tudo o mais serviu como aprendizado para não mais se repetir.
Assim deve ser com a sua vida.
Decida, diante das informações que possui, mas se perceber que estava enganado, volte atrás imediatamente e tome novo rumo na sua vida.
Pode parecer simples – e é. Tenho, porém, que atender muitas pessoas do lado de cá da vida que percebem, somente quando morrem, o grande erro que se tornaram vítimas, tudo por causa do império do orgulho em suas vidas.
Fique com Deus!
Helder Camara
12.4.25
Feliz Daquele
Na vida de cada qual,
De lutar quanto precisa,
Ninguém escapa afinal...
Quem se encontra mais isento,
Na paz que busca manter,
Por sob “fogo cruzado”
Está cumprindo o dever...
Mas quem no bem não se abriga,
Ao longo do trilho estreito,
Toda a descarga do mal,
Recebe em cheio no peito...
Feliz daquele que avança,
Vacilante, mas consegue,
Aos ombros, suster a cruz
Na jornada em que prossegue...
Feliz daquele que olvida
Agressões de toda sorte,
E, na crença que possui,
Continua firme e forte...
Feliz daquele que é surdo
Ao vozerio ao redor,
Que se alteia, inconsequente,
No falatório pior...
Feliz daquele que é cego
Às imagens distorcidas,
Que, no espelho da maldade,
Aparecem refletidas...
Porém, feliz, sobretudo,
De quem ofensas esquece,
E de quem o fere a esmo
Apenas se compadece!...
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo” – Casa de Barnabé –, na tarde de sábado do dia 19 de junho de 1995, em Uberaba – MG)
11.4.25
Entrevista com Albert Paul Dahoui
A Jornada: Você vem de uma família Espírita? Como foi seu início no Espiritismo?
Dahoui: Minha família foi muito interessante em termos religiosos, mas não me deu nenhuma base religiosa. Eu fui educado pelos meus avôs paterno, e mesmo sendo pessoas que acreditavam em Deus, não eram de freqüentar igrejas ou templos. Meu avô Albert foi um pouco de tudo. Como era diplomata, foi budista quando esteve na Índia e na China, foi Espírita de freqüentar mesas espíritas, mas acabou morrendo Protestante. Eu sempre digo brincando que ele morreu protestando, pois achava que ainda tinha mais dez anos de vida: a cigana o enganou, literalmente. Já meu pai tornou-se espírita no Brasil e o é até hoje, sem contudo freqüentar centros, mesmo que já o tenha feito em passado distante.
Eu me tornei espírita em 1969, com vinte e dois anos. Eu nunca recebi nenhum tipo de educação religiosa em casa, portanto a minha primeira influência foi a igreja católica, pois estudei no Colégio Marista de Recife, e lá fui devidamente catequizado (ninguém é perfeito!). Aos dezessete anos, tornei-me ateu, daqueles que podem dizer que não eram à toa. Era fanaticamente materialista, procurando através da ciência as explicações físicas e metafísicas para a vida.
Em 1969, aos vinte e dois anos, comecei a namorar minha primeira esposa e ela era espírita. Da umbanda, mesmo que muitos puristas hão de dizer que Umbanda não é espiritismo do tipo kardecista. Sem maiores polêmicas, ela era espírita, pois lia e conhecia bem Allan Kardec. Após muita insistência de minha parte, acabei sendo levado ao seu centro, quando - pasmem - tive uma manifestação interessantíssima. Um espírito incorporou-se, como se diz no linguajar comum, e me arremessou contra o chão, após um vôo sensacional. Assim que me levantei, já livre da incorporação, meu corpo todo tremia, mesmo que jamais estive tão calmo quanto naquele momento. Pensei comigo: ou enlouqueci ou existe algo nessa coisa toda que preciso descobrir. Alguns dias depois, entrava para o centro de Umbanda. Isso foi em 26 de julho de 1969. Como é que sei? Era festa de Santana.
A Jornada: Qual é o seu envolvimento com o movimento Espírita?
Dahoui: Depende como se vê esse assunto. Na realidade, eu continuo no mesmo centro desde aquela época, com intervalos para viagens, mudanças de cidade e outros contratempos. Sou apenas um médium da casa, sem nenhum posto especial, e aliás nem quero mais do que isso. Portanto, não participo de nenhum movimento espírita tradicional. Aliás, nem sei se existem, pois não estou a par de nenhum deles em específico, a não ser aqueles de caridade que vários centros fazem de acordo com seus calendários.
A Jornada: Possui algum tipo de mediunidade? Como lidou com ela no inicio?
Dahoui: A mediunidade que acabei por desenvolver, lenta e gradativamente, foi a de incorporação. Desde o início, como eu era materialista e tinha entrado para o centro por curiosidade intelectual, eu levei muitos anos para acreditar de fato em tudo que me acontecia. Aliás, até hoje, eu continuo colocando em dúvida tudo que leio, escuto e sinto. Como sou muito racional, analiso tudo com grande cautela e tornei um adepto do não-radicalismo, pois já aconteceu de hoje acreditar em coisas que ontem duvidava, e vice-versa.
A Jornada: Possui Livros publicados?
Dahoui: Tenho nove livros publicados. Trata-se de uma série de sete livros chamado A Saga dos capelinos (a queda dos anjos, a era dos deuses, o primeiro faraó, os patriarcas de Yahveh, Moisés o enviado de Yahveh, Jesus o divino discípulo e Jesus o divino mestre). Todos são romances. Um oitavo livro me foi solicitado pelo editor e é o único não-ficção chamado The Making of A saga dos capelinos, que explica como foram escritos os livros, o raciocínio utilizado etc. O nono livro é Shiva a alvorada da Índia, que é um romance também.
Todos os meus livros são ficção, baseados em pesquisas históricas (desk-research) e na tentativa de explicar os mitos, as lendas, através da história e dos fenômenos espirituais. Para horror de muitos dos meus leitores, que imaginam que sou um veículo da alta espiritualidade, os livros não são psicografados e acho que nem mesmo foram intuídos por nenhum mestre espiritual. Se foi, pelo menos não senti nada de especial. Como sei? Todos os meus livros foram escritos e rescritos pelo menos três vezes. Se fosse algo espiritual, teria vindo bem mais pronto, sem tantos erros que me obrigaram a reescrever tantas vezes. (Saibam que é comum um escritor reescrever várias vezes um livro - Ernest Hemingway reescreveu Adeus às Armas, 36 vezes até chegar ao original.)
A Jornada: Como seus livros foram recebidos pelo meio espírita? Foram bem aceitos?
Dahoui: Meu editor Alexandre Rocha da Editora Lachâtre ficou preocupado com a possível recepção negativa do público espírita. Para tanto, abriu um selo novo chamado HERESIS e lançou meus livros. Mas a receptividade foi boa e público espírita de modo geral recebeu bem. No entanto, o brasileiro não tem o hábito do americano e do europeu de criticar. Quando não gosta, não externa, o que é uma lástima. Prefiro receber uma crítica ferrenha e até mesmo mal educada do que um elogio. Claro que o elogio 'massageia' o ego, mas não me aprimora nem como pessoa nem como escritor. Quando eu recebo uma crítica, eu me aperfeiçôo, e isto é fundamental para mim. Portanto, amigos, critiquem tudo. Mandem-me e-mail falando tudo que você quiser (adahoui@yahoo.com.br).
10.4.25
Vento gelado dá beijos traiçoeiros
Na face contraída do mundo
Com lábios de cadáveres insepultos.
As folhas do arvoredo, tiritantes de frio,
Sussurram gemidos lassos...
Os insetos enrouqueceram...
Trino cavo de pássaro doente
Dissoa tristura pelo espaço...
A Natureza hiberna no frigorífico da terra.
Aqui, no homem sem corpo,
As algemas agrilhoantes do destino
Enroscam-se à mente sufocada.
Quanta aflição nas celas dos remorsos!
Coroa de espinhos
Dos atas que não foram feitos...
Galopeia o pensamento!
Ai, dos bastidores do silêncio,
Debulha a melodia mental
Galgando as montanhas de ar,
E fende as cinzas do céu...
Há revérberos de sorrisos
Chuviscando na amplidão!
Arco-íris em noite escura...
Primavera na invernia...
Chora perdão o Espírito amparado...
Gêiser de fé esfervilhando sensações,
Age a prece do bom
Entrando, em triunfo de amor,
Na Cidade dos Injustos...
Livro: Antologia dos Imortais - Francisco C. Xavier e Waldo Vieira
9.4.25
Comentário Questão 768 do Livro dos Espíritos
O homem procura a sociedade por instinto, por inteligência e pela própria intuição, pois é nela que ele evolui. Não tendo todos os dons desenvolvidos, a alma precisa de viver em relação com muitas das suas irmãs para se completar. O que não encontra em uma, acha em outra, e desta forma é capaz de viver bem melhor. Todavia, ela, isolada, sofre muitas restrições; é a mesma coisa que um doente não querer companhia, detestar médicos e remédio.
A mulher ou o homem pode recusar a vida em família e os filhos? Sem lar eles podem se perder, não encontrando meios para o devido aprendizado. O progresso dos homens depende do conjunto nos quais podem trocar experiências. Deus já os fez assim, visando entre todos a fraternidade e o amor.
Ninguém pode viver só, pois o Senhor não nos criou para vivermos sozinhos, entrementes, para que isso aconteça, necessário se faz que nos eduquemos, na obediência às leis naturais. Como vivermos juntos, discutindo, brigando e ofendendo uns aos outros?
As guerras são produto das incompreensões. Quando os homens compreenderem a missão de Jesus e seguirem Seus preceitos, as guerras e a discórdia em todo mundo desaparecerão por completo e aí passarão a sentir o perfume do paraíso prometido, onde a felicidade é uma realidade.
A lei de união não é somente para os homens, é para tudo. Os semelhantes se juntam; os próprios pensamentos dos homens se reúnem, por sintonia. São massas fluídicas que se congregam por peso, por vibrações magnéticas, por junções atômicas, uns buscando aos da mesma estirpe e, nesse aconchego, são estudados pelos engenheiros siderais, sobre onde podem ser usados. Na lavoura imensa da Terra, nada se perde. Os próprios pensamentos inferiores são desviados em parte para um campo magnético que circula a Terra e dali, depois das devidas modificações, são usados para muitos trabalhos. As viagens das formas-pensamentos na atmosfera da Terra são imensuráveis, procurando companhias idênticas para se ajustarem.
A sintonia é até de nações para nações. Eis porque o Cristo nos ensinou que devemos amar, nos levando para todas as virtudes nascidas do amor; foi para mudar também as formas-pensamentos, criando, assim, um clima de paz na face da Terra.
Vamos ver o que Lucas anotou, no capítulo dois, versículo dezenove:
Maria, porém, guardava todas essas palavras, meditando-as no coração.
As palavras que vieram dos céus pelos ministros de Deus, chegaram aos ouvidos de Maria, e ela, sentindo a verdade, guardou-as no coração. É o que devemos fazer, ao escutarmos as palavras do Evangelho e as mensagens dos benfeitores da espiritualidade maior. O mundo espiritual derrama em todos os corações o amor, falando de modo que se pode vivê-lo, dando sinal de fé na propagação do bem.
Homem nenhum possui faculdades completas de tudo saber sem o concurso dos outros. Os completistas não vivem na área em que a maior parte dos homens habita, e mesmo esses, vivem juntos, por amor à grande causa de viver melhor.
Agrada-nos saber que Deus está sempre presente em nossos corações, nos ajudando e nos intuindo para a felicidade eterna.
Livro Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez.
8.4.25
PENSAMENTOS PUROS
Mensagem publicada na página 04 da Gazeta de Limeira em 18/04/2025
A
elevação moral nos dotará de pensamentos mais puros, capazes de perceber
determinados mistérios, antes escondidos. Nós, encarnados e desencarnados,
estamos na grande escola de Deus, que educa nossos sentimentos, depura nossas, necessárias
e urgentes, qualidades espirituais. O esforço próprio deve ser intercalado com
os dos nossos irmãos, pois ninguém pode realizar nada sozinho. Espírito algum
está afastado da Divindade. Não conhecemos a natureza íntima de Deus, mas não
estamos longe, Ele está em nós, e fora de nós, iluminando com Suas qualidades
superiores. A nossa integração com Ele depende, da nossa disposição espiritual.
Nossa evolução, simbolizada na escada de Jacó da Bíblia, nos põe num degrau e a
força indutiva nos leva ao conhecimento mais elevado. Nos faltam sentidos de
percepção que somente a elevação espiritual pode conceber. Os espiritualistas e
os santos, pela sensibilidade do coração, percebem, por meios que faltam aos
demais, certas perfeições do Criador, mas não tem como as transmitir aos que os
seguem pelo verbo, só pela pureza da sua conduta, a vivência daquilo que prega
sobre a vida e a obra de Nosso Senhor Jesus Cristo. Existem poucos na Terra
cujos pensamentos já se afïnizam, são os missionários de Deus em exercício no
mundo das formas. Estão no corpo, porém, vivem no reino divino pelo ambiente de
luz da consciência. Este é o futuro de toda a humanidade. Jesus desceu dos
altiplanos da Vida Maior para nos ajudar. É necessário conhecermos a Sua voz e
seguirmos as Suas pegadas. A educação dos pensamentos é a base na aquisição de
luz, para nos integrar e nos livrar de todas as temperaturas que poderão advir
nos caminhos tortuosos das trevas. Quem começou a viver as virtudes do
Evangelho está se ligando a algumas das perfeições do Senhor, e delas nunca
mais se apartará, ouvindo sempre a voz do Comando Divino a dizer: Levanta-te
e anda, que estarei contigo eternamente!
Filosofia
Espírita L.E.12 – João N. Maia – Miramez – Toninho
Barana
7.4.25
Resposta à Uma Amiga
Hoje, respondo à ela que não emprego nenhuma tática para tanto – apenas dou à conta de nada as palavras e atitudes menos fraternas dos que nos apreciam o esforço de humilde serviçal na seara espírita-cristã.
Mesmo quando encarnado, diante das perseguições, que não eram menores, pela nossa condição de espírita, aprendi a dar à conta de nada os escarnecimentos que nos eram dirigidos, e, por vezes, através de um certo periódico que circulava em Uberaba, mantido por adeptos de outra crença religiosa.
Um dia, naturalmente aborrecido com as ironias que nos eram dirigidas, vali-me da mediunidade de Modesta, e, em nossa reunião mediúnica das quartas-feiras, no Sanatório, ousei inquirir ao Dr. Bezerra de Menezes como deveria reagir aos ataques... Então, o nosso Dr. Bezerra, respondeu-me sucinto: - Meu filho, dê tudo isso à conta de nada, porque, à exceção do Bem, todo o resto, de fato, é nada...
Não foi preciso que ele me dissesse mais, porque aquelas poucas palavras me alcançaram o espírito à semelhança de um banho de serenidade.
Todos os miasmas que, possivelmente, pairavam sobre mim, foram se desfazendo como que por encanto – aquelas nuvens escuras e tempestuosas foram se dissipando qual se tocadas pelo vento...
De lá para cá, sempre que uma pedra qualquer me fosse atirada – e ninguém me atirava pedras de diamante! –, dava o episódio à conta de nada, e, então, sem a reação que, talvez, de mim esperasse, o apedrejador ficava sem graça e terminava por exaurir-se.
A diferença entre o Bem e o Mal é a seguinte: o Mal sempre se fadiga mas o Bem é infatigável.
Quando, porventura, querida amiga, você se sentir alvo de calúnias e difamações, aprenda a dar tudo isso à conta de nada, porque, em verdade, não representam mais do que nada – absolutamente nada.
No final, o que há de ficar é tão somente o seu empenho em procurar fazer o melhor ao seu alcance.
Sofra, em silêncio, o escândalo, mas não seja o seu causador – não foi o que Jesus nos ensinou?! Sobre a Terra, e, ainda, além dela, carecemos de continuar a ser joeirados pela ação daqueles que, sem saber, estão sendo joeirados também.
É o que, em poucas palavras, eu posso lhe dizer... Tenho muita consideração por todos os nossos irmãos maledicentes, mas busco conservar os meus ouvidos longe, muito longe, de suas bocas, pois, infelizmente, eu sei o que escorre da maioria delas – matéria fecal!...
INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet
6.4.25
ENSEJO AO BEM
É significativo observar o otimismo do Mestre, prodigalizando oportunidades ao bem, até ao fim de sua gloriosa missão de verdade e amor, junto dos homens.
Cientificara-se o Cristo, com respeito ao desvio de Judas, comentara amorosamente o assunto na derradeira reunião mais íntima com os discípulos, não guardava qualquer dúvida relativamente aos suplícios que o esperavam; no entanto, em se aproximando, o cooperador transviado beija-o na face, identificando-o perante os verdugos, e o Mestre com sublime serenidade recebe-lhe a saudação carinhosamente e indaga:
- Amigo, a que vieste?
Seu coração misericordioso proporcionava ao discípulo inquieto o ensejo ao bem, até ao derradeiro instante.
Embora notasse Judas em companhia dos guardas que lhe efetuariam a prisão, dá-lhe o título de amigo.
Não lhe retira a confiança do minuto primeiro, não o maldiz, não se entrega a queixas inúteis, não o recomenda à posteridade com acusações ou conceitos menos dignos.
Nesse gesto de inolvidável beleza espiritual, ensinou-nos Jesus que é preciso oferecer portas ao bem até a última hora das experiências terrestres, ainda que ao término da derradeira oportunidade nada mais reste além do caminho para o martírio ou para a cruz dos supremos testemunhos.
Livro: Caminho, Verdade e Vida - Francisco C. Xavier – Emmanuel.
5.4.25
Sol de Novo Dia
A Vida que se foi em triste adeus,
A desfazer em pó os sonhos teus
De prosseguir vivendo em ascensão...
Não contemples na cova a escuridão,
O eterno vazio dos ateus,
Pergunta sem resposta nos liceus,
Quando cessa o pulsar do coração...
Não chores o ente amado que partiu,
E que do teu amor se despediu,
A seguir em viagem sem escolta...
Pois muito além da campa que amedronta,
Em Sol da Novo Dia que desponta,
Eis que a Vida se renova e volta!...
Formiga/Baccelli - Blog Espiritismo em Prosa e Verso
Lar Espírita “Pedro e Paulo” – Uberaba – MG
Reunião do dia 1 de março de 2025.
4.4.25
ALIMENTO VERBAL
A inspiração do Alto nasce na fonte dos sentimentos puros, busca a edificação da paz através do equilíbrio e da afabilidade para com todos, manifesta-se no veículo da compreensão fraternal exprimindo misericórdia, e produz bons frutos onde esteja.
Não te enganes com discursos preciosos, muita vez desprovidos de qualquer sinal construtivo.
É possível não consigas identificar, de pronto, as intenções de quem fala; entretanto, podes observar os resultados positivos da ação de cada conversador.
E, pelos frutos que pendem na árvore da vida de cada um, sabes perfeitamente a escolha que te convém.
Livro: Palavras de Vida Eterna – Francisco C. Xavier - Emmanuel
3.4.25
AQUI E ALI
Vento gelado dá beijos traiçoeiros
Na face contraída do mundo
Com lábios de cadáveres insepultos.
As folhas do arvoredo, tiritantes de frio,
Sussurram gemidos lassos...
Os insetos enrouqueceram...
Trino cavo de pássaro doente
Dissoa tristura pelo espaço...
A Natureza hiberna no frigorífico da terra.
Aqui, no homem sem corpo,
As algemas agrilhoantes do destino
Enroscam-se à mente sufocada.
Quanta aflição nas celas dos remorsos!
Coroa de espinhos
Dos atas que não foram feitos...
Galopeia o pensamento!
Ai, dos bastidores do silêncio,
Debulha a melodia mental
Galgando as montanhas de ar,
E fende as cinzas do céu...
Há revérberos de sorrisos
Chuviscando na amplidão!
Arco-íris em noite escura...
Primavera na invernia...
Chora perdão o Espírito amparado...
Gêiser de fé esfervilhando sensações,
Age a prece do bom
Entrando, em triunfo de amor,
Na Cidade dos Injustos...
Livro: Antologia dos Imortais - Francisco C. Xavier e Waldo Vieira.