29.7.21

Caminhos

Para onde queres ir, afinal?
Esta pergunta se faz pertinente porque há muitos, pela vida afora, que não sabem para onde vão, apenas caminham.
Saber para onde se vai é sinal de que se tem algum prumo na vida. Com isso, ganhamos em objetividade, não perdemos tempo com o que não nos garante o progresso.
Esta dificuldade de saber para onde vai tem a ver com o próprio conhecimento de si mesmo.
Os que não sabem quem são, apenas perambulam pela vida e qualquer lugar que chegar, se não der incômodo, está bem.
Os que se conhecem, ou pelo menos perguntam-se a si mesmos o que são, estes, ao encontrar as respostas desejadas ou possíveis, redirecionam o caminho das suas vidas.
Apenas caminhar por caminhar não vai se chegar a lugar algum.
Quando se caminha, porém, com um norte definido, tudo fica mais fácil. Pode até demorar para chegar, mas se sabe o destino e tudo passa a ter mais sentido.
Vejamos um barco a velejar. Se eu digo que quero sair daqui para Portugal, por exemplo, ele tem uma rota definida. Pode ser que os ventos, as marés ou outros aspectos atrapalhem a chegada ao nosso destino, mas teremos uma dimensão exata de onde estamos e o quanto nos falta para lá chegarmos.
Os ventos, as intempéries da vida, são absolutamente naturais na caminhada de qualquer um. Eles fazem parte do aprendizado da caminhada. Quem aprende por onde não deve ir, evitará no futuro seguir por aquele caminho. É natural. E assim progride aos poucos em direção ao seu destino.
Pode ser que tenhamos problemas inimagináveis inicialmente, imprevistos, e isto também deve ser encarado com a devida naturalidade. Nada a reclamar, apenas reorientar a direção das velas.
Eu já tive muitos projetos que necessitaram ser alterados. Às vezes, completamente descaracterizados, mas eu sabia aonde queria chegar. Um passo aqui, outro ali, e de repente, sem que eu percebesse, estava mais perto do que imaginava anteriormente. Chegava, muitas vezes, mais rápido do que previra.
Por que isto acontece?
Simplesmente porque não possuímos uma “carta” exata das dificuldades que encontraremos no caminho. Uma volta ou um desvio pode significar progresso diante da informação que não se possuía. Um adiamento pode ser sinal de ganho de tempo, o que aparentemente pode representar um paradoxo.
Tenha calma, dê tempo ao tempo, conforme diz o ditado popular, sem, é claro, deixar de fazer a sua parte e olhar para o foco.
Você pode até me dizer:
- Dom Hélder, assim é fácil para quem não tem para onde ir, vai chegar de todo jeito a algum lugar e nem vai se estressar com isso.
Sim, é verdade, mas é melhor ter nas mãos o nosso próprio destino ou deixar que outros nos levem a seu bel prazer? E se isso for o desejo do outro que apenas se aproveita da sua leniência para te manipular ou te usar para seus próprios interesses? Que alegria terá viver se não temos nunca o gosto da vitória?
É claro que a Providência Divina sempre te orientará os caminhos. É claro também que o Pai Amantíssimo jamais te deixará à deriva, mas que mérito terá viver sem ter nas mãos a condução do seu destino?
Viver é uma arte. O melhor artista será aquele que souber moldar a vida com seu toque único de originalidade e beleza.
Sigamos a vida. Tracemos os nossos caminhos preferidos. E deixemos nas mãos do Pai Eterno onde e como melhor chegar ao que seja redentor para as nossas vidas.
Afinal de contas, lembra bem o Nosso Senhor Jesus Cristo: “Seja feita a Vossa Vontade...”
Assim seja!
Helder Camara - Blog Novas Utopias

Nenhum comentário:

Postar um comentário