2.7.25
BONECA
Boneca!... Era uma vez a bonequinha humana,
Borboleta a voejar, sob véus de neblina,
Primavera de sonho e graça matutina,
Transfundidas na carne em rósea filigrana...
Bela e ardente, dançou, qual brejeira cigana,
Nos laços da ilusão que se adensa e esborcina ;
Mulher, envelheceu disfarçada em menina,
Alegre bibelô na ribalta mundana.
Nem renúncia no amor, nem lar de que se importe.
Mas, bailando febril, encontra, um dia, a morte,
Na dor que lhe crepeia o coração e a estrada...
A libélula cai sobre o charco profundo
E, no visco de lama, ouve apenas do mundo :
– “Boneca!... Era uma vez a boneca doirada!”
(*) Poetisa de grande formosura, cronista e tradutora. «Nas letras» – di-lo Antônio Simões dos Reis (Narcisa Amália, pág. 15) – «foi verdadeira deusa, em prosa e verso cantada, com exaltação, por tudo quanto houve de mais representativo na época.» O próprio Imperador D. Pedro II, quando em Resende, fez questão de conhecê-la pessoalmente, fato que ocorreu em 1874. Segundo Artur de Almeida Torres (Poetas de Resende, pág. 67), as poesias de Amália «se caracterizam pela delicadeza de sentimento, pela espontaneidade do estro e pela riqueza musical dos versos». Redigiu o jornal resendense A Gazetinha, tendo co-laborado em outras folhas de Resende, bem como de Niterói, Rio e S. Paulo. «Foi a primeira mulher, entre nós,» – diz Edgard Cavalheiro (Pan. II, pág. 296) – «a erguer a voz em defesa de suas irmãs de sexo, numa tentativa feminista avançada para o meio acanhado e rotineiro de então.» Depois de residir em Resende, passou para o Rio de Janeiro, onde se consagrou ao magistério, até que veio a 'desencarnar, cega e paralítica, com setenta e dois anos de idade. (S. João da Barra, Estado do Rio, 3 de Abril de 1852 – Rio de Janeiro, GB, 24 de Junho de 1924.)
BIBLIOGRAFIA: Nebulosas, poesias.
Livro Antologia dos Imortais - Francisco C. Xavier e Waldo Vieira
1.7.25
Mensagem publicada na página 04 da Gazeta de Limeira em 01/07/2025
O QUE É ESPÍRITO
Difícil
se conceituar o Espírito. A sua estrutura íntima foge ao campo que já
dominamos. Devemos analisar os atributos da alma, estudando suas reações e leis
que garantem a nossa existência. Se o corpo físico é um mistério para nós, o
que falar do Espírito? Para chegar a ele devemos percorrer outros campos que a
alma usa como roupagem, na grande caminhada evolutiva. Todas as explicações até
então dadas sobre o Espírito são equações que fogem da realidade, porque os que
escrevem, desconhecem muitas coisas sobre si mesmos. Conhecer o Espírito é quase conhecer Deus.
Ele foge totalmente às comparações que se faz, usando os recursos materiais.
Não queremos anular as pesquisas científicas acerca das coisas espirituais.
Somente pedimos aos nossos irmãos encarnados que comecem pelo princípio, e não
deem saltos nos caminhos científicos da vida. Como conhecer o Espírito, se
ainda não sabemos o valor do perdão? E como dominar o perdão, se ainda
não perdoamos nos moldes do esquecimento das faltas cometidas contra nós? E
como conhecer a caridade, se ainda não vivenciamos essa caridade justa e
proveitosa? E como conhecer o amor, se ainda não amamos na verdadeira
acepção da palavra? Por enquanto basta que saibamos que o Espírito é vida,
sustentado pela Vida Maior - Deus. Nosso dever na fase em que nos encontramos,
é compreender as leis e obedecê-las; é ativar a harmonia dentro de nós.
Estaremos sentindo, desta forma, Deus na alma e o Cristo em nós. Todas as vezes
que surgir a ideia de conhecer Deus e o Espírito, oremos com fé, que logo
veremos e sentiremos a resposta que for conveniente as nossas necessidades de
saber.
Filosofia Espírita L.E.23 – João N. Maia
– Miramez – Toninho Barana