5.5.24

Ave Luz

 


XXXI – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO LIBERTAÇÃO – ANDRÉ LUIZ - CHICO XAVIER

Comentando o fenômeno de “licantropia”, a que tivera oportunidade de presenciar, envolvendo pobre espírito de uma mulher, André perguntou a Gúbio se ela permaneceria no “aviltamento da forma”...
Sintetizando a resposta do Instrutor, transcrevemos: “Tudo, André, em casos como este se resume a problema de sintonia. Onde colocamos o pensamento, aí se nos desenvolverá a própria vida.”
Caberia àquela entidade feminina movimentar-se interiormente, a fim de conseguir libertar-se da hipnose, a que, com base na consciência culpada, ela fora induzida.
*
Vejamos agora que intrigante.
O “magistrado” anunciou, em seguida, que Espíritos Seletores haveriam de se materializar naquele ambiente! – em meio àquele verdadeiro “tribunal” montado além da morte... Uma pergunta se nos impõe, tomando a liberdade de transferi-la para os nossos internautas: - De onde procederiam tais “Espíritos Seletores”, que haveriam de se materializar na cidade dos gregorianos?!
Conta André: “E pouco a pouco, diante de nossos olhos assombrados, três entidades tomaram forma perfeitamente humana...”
Que entidades seriam essas, cuja autoridade era acatada, inclusive, pelos “magistrados” que efetuavam o julgamento daquelas almas que não atinavam com as realidades profundas da Vida de além-túmulo?!
O próprio autor espiritual de “Libertação” diz: “Ainda não sei de que recôndita organização provinham tais funcionários espirituais; no entanto, reparei que o chefe da expedição tríplice mostrava infinita melancolia na tela fisionômica.”
Com certeza, digo-lhes, de minha parte, que não provinham das Altas Esferas – possivelmente, haviam atravessado as fronteiras de alguma Dimensão paralela onde se reuniam, e se reúnem, com as suas organizações religiosas, que insistem em manter, arrebanhando almas ao seu modo de “pensar” a Criação Divina.
*
Os espíritos que estavam ali sendo “julgados”, com certeza, caso considerados culpados, seriam condenados a expiações semelhantes àquelas nas quais haviam acreditado, ou fingido acreditar, quando encarnados.
Tudo induz o leitor atento a admitir que, naquela “cidade estranha”, estava sendo protagonizado um “julgamento” de acordo com o sistema teológico da Igreja Católica – aquelas entidades esperavam, naquele arremedo de “Purgatório”, a sua liberação para o “Céu”, ou a sua condenação ao “Inferno”...
Notemos o poder extraordinário da mente, que organiza para si, além da morte, o cenário em que há de continuar vivendo, iludindo-se para desiludir-se só Deus sabe quando...
*
Vale ressaltar que os “Espíritos Seletores” portavam um aparelho – “um captador de ondas mentais” –, uma espécie de avançado “detector de mentiras”, que colocava à mostra os pensamentos e as intenções dos espíritos sob exame – a aura daquelas entidades registrava a condição de cada uma delas, como se lhes “radiografando” as emoções.
Tais aparelhos haverão, sim, sem demora, de aparecerem na Crosta, servindo como auxiliares na identificação íntima dos encarnados.
No livro “Nos Domínios da Mediunidade”, André Luiz a eles se refere com o nome de “psicoscópio”.
INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Veja também a Gravação do Estudo Detalhado do livro LIBERTAÇÂO
feito toda terça feira às 20h. pelo Skype
Francisco Cândido Xavier (autor)
André Luiz (espírito)
https://youtu.be/zdKQ55-equQ?list=PLJUZisvOqWSPrzDjdw6f9NSTmILB0O3rp

4.5.24

Preparando a volta


 

Obrigado, Senhor

Obrigado, Senhor,
Porque me levantaste do chão de meus próprios erros,
Aceitando-me como sou;
Porque me subtraíste ao abismo, quando tudo levava a crer que não resistiria ao assédio da tentação;
Porque me acolheste, quando todos me deixaram; Porque me abriste os olhos para o Bem, quando o mal procurava iludir-me;
Porque acreditaste em mim, quando ninguém me supunha capaz de vencer...
Obrigado, Senhor,
Porque, apesar das imperfeições que ainda me assinalam, já posso socorrer os doentes,
Ouvir os que se lamentam,
E consolar os que choram,
Partilhando com eles o júbilo da esperança que me aquece o coração eternamente reconhecido!
Obrigado, Senhor,
Porque, em meio às sombras espessas do caminho, já consigo vislumbrar,
Ao longe,
Sob os auspícios da Tua paz e da Tua infinita misericórdia,
A luz que anuncia à vida o despertar de um novo dia, para todos aqueles que Te amam e que Te servem no mundo...
Obrigado, Senhor!...
Alexandre de Jesus - Blog Espiritismo em Prosa e Verso

2.5.24

Jesus Cristo a Luz do Mundo


 

ADONDE QUE VÉVE OS MORTOS

 DE "ADONDE QUE VÉVE OS MORTOS"...
- Dr. Inácio, alguns amigos dizem que se o senhor não fosse tão crítico em seus livros, eles poderiam vender bem mais do que vendem...
- Talvez, sim, pudessem vender mais do que vendem, mas, então, eu estaria vendendo com eles a minha própria consciência.
- Se, porventura, algo pudesse retificar em algum dos livros que, até o presente, o senhor escreveu e publicou, retificaria?...
- Nada, nem uma vírgula! A minha convicção em tudo o que escrevi é sempre, a cada dia, maior.
- Sequer abrandaria o seu estilo?...
- Mais ainda?! Caso viesse a fazê-lo, viraria "maria-mole"... Aliás, como doce, é muito gostoso, mas como estilo literário...
- A campanha contra os seus livros tem sido acirrada...
- A verdade sempre incomoda os... acomodados! Lamento o incomodo! Desculpem o mau jeito... na coluna dorsal de seu personalismo!...
- O senhor é proibido em muitas livrarias...
- Se algo eles tivessem escrito, teriam feito o mesmo com Sócrates e Jesus Cristo - portanto, estou em muito boa companhia, você não acha?! A um deram uma taça de cicuta, e ao Outro deram uma cruz... A mim, por enquanto, apenas censura - não mereci mais do que isto!...
- Dizem que o senhor é um espírito baixo...
- De fato, mas como é que um espírito tão baixo quanto sou pode perturbar a quem se coloca em patamar tão elevado?! Desconfio, portanto, que essa turma está no mesmo nível em que me encontro, ou seja: ao rés do chão, e...  comendo pó!...
- O senhor sempre foi assim? Quer dizer: quando encarnado, o senhor era exatamente assim?...
- Eu vou pedir a Dorival Caymmi alguns de seus versos emprestados: "Eu nasci assim/ Eu cresci assim/ Eu sou mesmo assim/ Vou ser sempre assim..."
- Dizem que, quando encarnado, o seu estilo literário era outro...
- De fato. Acho que estou melhorando... Segundo o meu amigo revisor, Prof. Fausto De Vito, apenas continuo cometendo os mesmos erros de Português! Realmente, estou precisando estudar...
- O senhor se comunicaria por outro médium?
- Não tenha nada contra, não, mas, cá entre nós, eu custei amansar este cavalo... Agora que ele está manso de coçar, cheio de cicatrizes das esporadas que levou, e só relincha para me cumprimentar quando chego para subir em seu lombo e me deixar cavalgar como quero...
- Dizem que os seus livros são muito apreciados na Umbanda...
- Oxalá, meu Pai! Se eu souber que vou contrariar um pessoal aí, essa gente do Elitismo, eu arranjo um bengala, acendo um cachimbo, pego uma dor na lombar, me curvo em 45 graus, sento num banquinho e aprendo a falar mizifio...
- Outros dizem que o senhor é um "câncer" no Espiritismo...
- Sim, eu dou muitas metástases! Além do mais, sendo do mês de julho, o meu signo é de Câncer... Dizia o já mais que desencarnado Omar Cardoso, que uma das qualidades do canceriano é a tenacidade! Talvez, no meu caso, seja mera coincidência...
- O que o senhor escreve é supervisionado pelo Dr. Odilon Fernandes, Irmão José, ou outro espírito?...
- Todos esses são muito bons amigos, dos quais, sinceramente, eu não sou digno de desatar as sandálias, mas quem me supervisiona é Jesus Cristo! O dia em que Ele me vetar, eu estou vetado! Enquanto isto não acontecer, sinto, mas muita gente vai ter que me aguentar!...
- Suas considerações finais.
- Em minhas considerações finais, vou evocar o espírito do grande humorista Chico Anysio: - "Eu sou aquele que vem do aquém do além, adonde que véve os mortos! Tomou, papudo? Não creu neu, se finouce. Minha vingança será malígrina!..."
INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet

1.5.24

ENTRE A TERRA E O CÉU Cap.34 – EM TAREFA DE SOCORRO.

 


INSTINTO DE CONSERVAÇÃO

Comentário Questão 730 do Livro dos Espíritos
 
O medo da morte, comum aos homens, é uma proteção para que eles não venham a sair da Terra antes do tempo, onde alguns deles poderiam, com desespero, fugir ao instinto de conservação, acabando por se auto-destruir. Esse procedimento podem lhes custar muito caro, em reparos dolorosos, tanto no mundo dos Espíritos, quanto mesmo na volta à Terra em novas vestes, com a marca que usaram para dela sair.
A razão nos diz, quando a usamos com o coração em Cristo, que devemos sempre atender ao instinto dentro da ponderação que a moral evangélica nos traça. Também nós outros, Espíritos já despidos da faixa carnal, temos esses impulsos de conservação em muitas áreas que devemos respeitar. Deus, pelo seu amor, vigia a todos, como se fora, por uma computação espiritual, no centro da própria vida. Além disso, os benfeitores espirituais que todos temos estão sempre presentes em nossos caminhos para nos inspirar no momento oportuno.
O espírita, já conhecedor desta verdade, encontra mais facilidade neste setor de proteção. Assiste-nos o direito de avisar aos encarnados, pelos meios que dispomos, dos perigos em que podem cair, e ensinar-lhes os meios para não serem guiados por cegos, acabando caindo com eles nos mesmos abismos dos ignorantes.
O homem deve procurar o prolongamento da sua vida pelos meios lícitos, que se encontram a seu alcance. Não devemos esquecer da força que tem a oração, a água fluidificada, o passe, o Culto do Evangelho no lar e as reuniões de estudos evangélicos. Tudo isso assegura mais harmonia na mente, e a mente harmonizada, consubstanciada em fé e em esperança, porta a alegria que leva ao amor.
Lucas nos dá um bom aviso, no sentido de nos ajudar, quando relata, no capítulo vinte e quatro, versículo trinta e quatro, assim se referindo:
Os quais diziam:
O Senhor ressuscitou e já apareceu a Simão.
Depois de quase dois mil anos, o Senhor Jesus deve ressuscitar em cada coração, aparecendo particularmente às almas na sua maturidade, a interpretar o Evangelho para os que se encontram dispostos a recebê-lo, não mais como instinto de conservação, mas, como intuição divina, de forma que todos sejam conscientes da verdade que liberta.
Quando fala a voz interna nas criaturas, desaparece a morte e surge a vida, em qualquer estágio de evolução da alma. Onde estiver, é necessário ao homem conservar a vida física, até mesmo se possível for, por alguns séculos, que eles podem ser pingos de luz para o seu caminho.
A Doutrina Espírita é mesmo Jesus de novo na Terra, para conversar com os homens e fazê-los mais felizes. Quem dá a vida é Deus, porém, o homem deve e pode conservá-la.
Livro Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez
Livro a venda na LER Livros Revistas Papelaria.

30.4.24

Obsessão


 

SOMOS CHAMADOS A SERVIR

O legislador, com a pena, traça decretos para reger o povo.
O escritor utiliza o mesmo instrumento e escreve livros que renovam o pensamento do mundo.
Mas, não é só a pena que, manejada pelo homem, consegue expressar a sabedoria, a arte e a beleza, dentro da vida.
Uma vassoura simples faz a alegria da limpeza e, sem limpeza, o administrador ou o poeta não conseguem trabalhar.
O arado arroteia o solo e traça linhas das quais transbordarão o milho, o arroz, a batata e o trigo, enchendo os celeiros.
A enxada grava sulcos abençoados no chão, a fim de que a sementeira progrida.
A plaina corrige a madeira bruta, cooperando na construção do lar.
A janela é um poema silencioso a comunicar-nos com a natureza externa; o leito é um santuário horizontal, convidando ao descanso.
O malho toma o ferro e transforma-o em utilidades preciosas.
O prato recolhe o alimento e nos sugere a Caridade.
O moinho recebe os grãos e converte-os no milagre da farinha.
O barro desprezível, nas mãos operosas ao oleiro, em breve surge metamorfoseado em vaso precioso.
Todos os instrumentos de trabalho no mundo, tanto quanto a pena, concretizam os ideais superiores, as aspirações de serviço e os impulsos nobres da alma.
Ninguém suponha que, perante Deus, os grandes homens sejam sômente aqueles que usam a autoridade intelectual manifestada. Quando os políticos orientam e governam, é o tecelão quem lhes agasalha o corpo. Se os juizes se congregam nas mesas de paz e justiça, são os lavradores quem lhes ofertam recurso ao jantar.
Louvemos, pois, a Divina Inteligência que dirige os serviços do mundo!
Se cada árvore produz, segundo a Sua especialidade a benefício da Prosperidade comum, lembremo-nos de que Somos todos chamados a servir na obra do Senhor, de maneira diferente
Cada trabalhador em seu campo seja honrado pela Cota de bem que produza e cada servo Permaneça Convencido de que a maior homenagem suscetível de ser prestada por nós ao Senhor é a correta execução do nosso dever, Onde estivermos.
 
Livro: Alvorada Cristã - Francisco C. Xavier - Neio Lúcio.

29.4.24

Através do Tempo


 

Espíritas de Um Centro Só

Existem espíritas que, se deixarem o Centro que frequentam, não sabem frequentar outro Centro Espírita.
Explico-me.
Existem confrades que, em determinado Centro Espírita, aguentam os mais disparates doutrinários cometidos pelos seus vários dirigentes (Centro Espírita que possui muitos dirigentes acaba não tendo nenhum!), submetem-se aos absurdos cometidos pela “diretoria”, engolem sapos de todos os tamanhos, mas não têm coragem de sair da Casa que frequentam e procurarem outra para frequentar, das muitas que, com certeza, existem à disposição dos servidores de boa vontade.
Não sei dizer se é pelo status que imaginam desfrutar em tais Centros, não sei se por comodismo, não sei se por falta de coragem de dar uma banana, ou um cacho inteiro de bananas, àqueles que sempre fazem prevalecer a sua vontade, e que, no fundo, estão apenas interessados na sua contribuição financeira mensal.
Ora, se você, porventura, não concorda com certas atitudes doutrinárias em uma Casa Espírita – não importa há quanto tempo a esteja frequentando –, procure outra – peça demissão do cargo do qual você não está passando de mero figurante, de vez que é sempre voto vencido em tudo.
Saia logo, não deixando que, mais tarde, as coisas possam ficar mais difíceis para você, que, com o passar do tempo, como é natural, há de se sentir mais limitado fisicamente e... até psicologicamente.
Deixe o Centro Espírita para aqueles que consideram os seus “donos” e... procure outro, de preferência na periferia, um Centro que possa, realmente, valorizar o seu empenho e o seu idealismo, as suas ideias um pouco mais arejadas, e não mumificadas como a daqueles para os quais você é sempre o “bonzinho” que pode ser manipulado à vontade.
Existem muitas Casas Espíritas pequenas, sobrevivendo com dificuldade, nas quais, com certeza, você há de ser mais útil e nas quais você poderá vivenciar a Doutrina com Jesus, sem o elitismo que anda se espalhando por aí feito erva daninha tomando conta da lavoura.
Deixe essa turma “falando sozinha”, porque você pode fazer Espiritismo onde você estiver, e, a rigor, para tanto, nem de Centro Espírita você precisa – você pode ser o seu próprio Centro Espírita, sem diretoria, sem filiação a qualquer Órgão, enfim, sem dar a esse povo a ilusão de que eles mandam alguma coisa.
Agora, se você estima a subserviência, ou – pode ser – tem esperança de que essa turma modifique os seus pensamentos, continue nele até a sua desencarnação, pois essa turma difícil custa a desencarnar e, mesmo depois de virar defuntos, prosseguem tudo fazendo para se agarrar ao poder.
Filhote de serpente, serpente é...
Não espere que, de víboras, possam nascer pombos.
Creio que, pelo que você me perguntou, estamos entendidos, não é?!...
Vai aprender a ser espírita em outro Centro, vencendo essa sua dependência do Centro que frequenta há não sei quantos anos, porque, pelo que percebo, o seu Centro anda dominado por uma falange difícil, viu?! – por uma falange que, do Além, já se estendeu para a Terra!...
No mais, desculpe o mal jeito, tendo, porém, a minha autorização para mostrar estas minhas palavras a quem você, porventura, desejar.
De há muito me fiz agricultor de uma planta herbácea, da Família Musaceae, que produz o bastante para repartir com quem deseje ganhar um de seus frutos, que, aliás, são muito estimados pelos macacos.
 
INÁCIO FERREIRA - Blgo Mediunidade na Internet
Uberaba – 28 de Abril de 2024.

52 LIÇÕES DE CATECISMO ESPÍRITA Livro a venda na LER Livros Revistas Papelaria


 

27.4.24

Entre a Terra e o Céu

 


Cruz e Arado

O servidor de Jesus,
No chão a ser cultivado,
Aos ombros levando a cruz,
Faz da cruz o seu arado.

Formiga/Baccelli - Blog Espiritismo em Prsa e Verso
Uberaba MG, 19-4-24

26.4.24

MEDIUNIDADE Livro de estudo Espírita a venda na LER livros Revistas Papelaria


 

OBSESSÃO ENTRE ENCARNADOS

Falando a respeito da obsessão entre encarnados, que, na minha modesta opinião, é a pior das obsessões, não estou querendo me referir à opressão de natureza física e mental que, de maneira impiedosa, certas pessoas exercem sobre outras.
Muito comum, por exemplo, nos depararmos com quadros de pais que subjugam filhos, e vice-versa, quanto de cônjuges que escravizam cônjuges no relacionamento que estabelecem...
Quando na Terra, tive oportunidade de me deparar com muitas situações assim, em que um espírito encarnado, praticamente, anulava o outro, impedindo o seu crescimento diante da Vida.
Uma mãe vampirizava tanto a pobre da filha, que, ao vê-las adentrando o meu consultório, eu tinha a impressão de que a dementada genitora sugava todas as energias da pobre menina, pela qual ela a todo instante chamava, impedindo que a garota saísse de seu raio de influência, ou que sequer respirasse sem a sua permissão...
Fiz o que pude para libertar a jovem daquela possessão afetiva, que, a cada dia, tornava-a mais debilitada, inclusive fisicamente, e que terminou por levá-la à pneumonia, vindo a desencarnar primeiro que sua perturbada mãe.
E o pior é que, então, criou-se tal dependência psíquica entre as duas, que, mesmo após ter desencarnado, a filha não conseguia se libertar da mãe que, poucos anos depois, igualmente veio a deixar o corpo ainda chamando, com insistência, por ela.
Quero, no entanto, através deste pequeno registro, alertar para outro tipo de obsessão que, com frequência, impera entre os que se encontram encarnados - obsessão, talvez, menos agressiva, porém não menos nociva do que aquela que mencionei entre uma senhora e sua filha única.
Trata-se de uma obsessão exercida à distância, apenas e tão somente pela força do pensamento que dispara na direção do alvo que pretende atingir...
Nesta espécie de obsessão entre encarnados, não raro, o obsessor age com plena consciência do que pretende na emissão de vibrações agressivas que, constantemente, emite na direção da vítima de sua inveja, de sua mágoa, de seu ódio...
Tais vibrações enfermiças, se não rechaçadas por quem, direta ou indiretamente, as esteja motivando, podem ir minando a sua resistência, fazendo com que, por exemplo, ele se veja dominado pelo desânimo na tarefa que cumpre.
De repente, sem explicação alguma, a vítima começa a se sentir tomado pela falta de disposição física, exteriorizando vários sintomas de doenças que, na realidade, não existem.
Então, procurando vários médicos, toma medicamentos sem necessidade de tomá-los, e, caso não venha a reagir contra tal estado de abatimento, de tanto somatizar as vibrações que recebe, pode, de fato, acabar dentro de um quadro patológico real.
Daí a necessidade de todos os que costumam despertar tais reações ao seu derredor - a alguns metros, ou alguns quilômetros de si - criarem, em nível de pensamento, defesas capazes de repelir as vibrações que desejam a sua queda e o seu fracasso.
A primeira providência para isto, evidentemente, é a de se tomar consciência de que os adversários estão sempre à espreita e dardejam vibrações negativas que mentalizam, sem pausa, contra quem querem prejudicar... A segunda providência é a de se esforçar no sentido de, sob qualquer hipótese, não lhes oferecer sintonia, criando, com base na prece e na prática do bem aos semelhantes, um escudo magnético de proteção em volta de si...
No mais, é deixar que as vibrações infelizes não encontrando receptividade da parte do destinatário, tornem ao seu anônimo remetente, cujo endereço elas conhecem, e, pela Lei de Causa e Efeito, ensinem a lição que lhe cabe aprender.
INÁCIO FERREIRA - blog Mediunidade na Internet.

25.4.24

Univeros de Amor


 

REFLEXÕES EM TORNO DA LEI DE CAUSA E EFEITO

Amigos vários nos têm escrito solicitando que teçamos algumas considerações em torno da Lei de Causa e Efeito, e isto porque, segundo alegam, não entendem a ação de espíritos que, em desencarnando, continuam vinculados ao mal, agindo em desfavor da Humanidade.
- Não estariam eles, após a morte do corpo, colhendo o que semearam?! - indagam com certa incompreensão, na expectativa de que todos, assim que deixam o corpo, venham a sofrer a consequência imediata dos desmandos praticados.
A questão dessa aparente impunidade pós-morte, evidentemente, ainda se prende às nossas antigas concepções religiosas de Céu, Inferno e Purgatório, que determinariam o destino dos espíritos mal tivessem eles fechado os olhos para o cenário da Vida Física.
Porém, não acontece exatamente assim conforme, durante séculos e séculos, devido a informações equivocadas, os homens se habituaram a crer.
No livro "E a Vida Continua...", de André Luiz, psicografado, em 1968, por Chico Xavier, Evelina Serpa, um dos personagens da obra, de formação católica, conversando com o Irmão Cláudio, endereça a ele a seguinte pergunta: - Então, morrer?!... qual a novidade em torno disso? qual o maior interesse em nos reconhecermos redivivos? Sem rodeios, o mencionado Instrutor lhe respondeu: - As incógnitas da vida exterior, com os desafios delas resultantes, são as mesmas; entretanto, se a criatura aspira efetivamente a realizar uma tomada de contas encontra neste novo mundo surpresas, muitos fascinantes, no estudo e redescoberta de si mesma. Somos, cada um de nós, um astro de inteligência a perquirir... e a aperfeiçoar por nós próprios.
O que se pode depreender do texto acima?!
Por mais que isto nos possa surpreender, ou melhor, surpreender os nossos irmãos encarnados, algumas deduções interessantes podem dele ser extraídas. Senão vejamos:
1 - De fato, após a desencarnação, nem todos os espíritos experimentam de imediato as consequências da Lei de Causa e Efeito.
2 - Sendo assim, em deixando o corpo carnal, não poucos são aqueles que continuam com a ideia fixa no mal que se lhes cristalizou na mente.
3 - Delinquentes desencarnados podem, não raro, no agravamento de seus débitos, prosseguir delinquindo por tempo indeterminado - inclusive, podem desencarnar e tornar a reencarnar na condição de delinquentes...
4 - Para que a criatura, efetivamente, possa, diante do tribunal da própria consciência, realizar uma "tomada de contas", é indispensável que ela aspire, ou, ainda que timidamente, deseje que isto venha a suceder.
5 - A condição espiritual que induz qualquer infrator da Lei Divina ao remorso, já representa, para ele, uma "luz no fim do túnel"...
6 - A Lei, evidentemente, em benefício de seu próprio infrator, possui mecanismos de constrangimento, que, não obstante, nunca agem de maneira a lhe anular o livre arbítrio por completo... Isto foi elucidado por Allan Kardec nas páginas de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", capítulo 5, parágrafo 8: "As tribulações podem ser impostas a espíritos endurecidos, ou extremamente ignorantes, para levá-los a fazer uma escolha com conhecimento de causa."
7 - Nenhuma infração cometida contra a Lei ficará sem justa reparação, mas para esta reparação a vontade do espírito infrator deve concorrer, pois, caso contrário, a mudança lhe haveria de ser uma imposição - e, tendo sido criado livre, o espírito não é obrigado à prática do bem ou do mal. 
Claro que, à pequena lista de deduções apresentadas acima, outras poderão ser acrescentadas pelos irmãos e irmãs que convidamos a refletirem conosco sobre a transcendente questão em pauta.
Resumindo: mais cedo ou tarde, todos haveremos de colher o que plantamos, mas como, onde e quando tal se verificará não é da competência da vontade dos que não estejam envolvidos no processo, porque diz respeito apenas à ação da Lei e a consciência de cada um.
INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet

23.4.24

Vibrações


 

SIGAMOS COM JESUS

Maomé foi valoroso condutor de homens.
Milhões de pessoas curvaram-se-lhe às ordens.
Todavia, deixou o corpo como qualquer mortal e seus restos foram encerrados numa urna, que é visitada, anualmente, por milhares de curiosos e seguidores.
Carlos V, poderoso imperador da Espanha, sonhou com o domínio de toda a Terra, dispôs de riquezas imensas, governou muitas regiões; entretanto, entregou, um dia, a coroa e o manto ao asilo de pó.
Napoleão era um grande homem.
Fez muitas guerras.
Dominou milhões de criaturas.
Deixou o nome inesquecível no livro das nações.
Hoje, porém, seu túmulo é venerado em Paris...
Muita gente faz peregrinação até lá, para visitar-lhe os ossos...
Como acontece a Maomé, a Carlos V e a Napoleão, os maiores heróis do mundo são lembrados em monumentos que lhes guardam os despojos.
Com Jesus, todavia, é diferente.
No túmulo de Nosso Senhor, não há sinal de cinzas humanas.
Nem pedrarias, nem mármores de preço, com frases que indiquem, ali, a presença da carne e do sangue.
Quando os apóstolos visitaram o sepulcro, na gloriosa manhã da Ressurreição, não havia aí nem luto, nem tristeza.
Lá encontraram um mensageiro do reino espiritual que lhes afirmou: “Não está aqui”.
E o túmulo está aberto e vazio, há quase dois mil anos.
Seguindo, pois, com Jesus, através da luta de cada dia, jamais encontraremos a angústia da morte e, sim, a vida incessante.
No caminho de notáveis orientadores do mundo poderemos encontrar formosos espetáculos da glória passageira; contudo, é muito difícil não terminarmos a experiência em desilusão e poeira.
Somente Jesus oferece estrada invariável para a Ressurreição Divina.
Quem se desenvolve, portanto, com o exemplo e com a palavra do Mestre, trabalhando por revelar bondade e luz, em si mesmo, desde as lutas e ensinamentos do mundo, pode ser considerado cidadão celeste. 
 
Livro: Alvorada Cristã - Francisco C. Xavier - Neio Lúcio.

22.4.24

Busca e Acharas

 


Orando Pelos Companheiros

Senhor, nunca fomos muito de recorrer à oração, mormente com a frequência cotidiana de quantos sabem dirigirem-se a Ti através de palavras bem postas e de sentimentos que se elevam da Terra ao Mais Alto...

Contudo, Mestre, hoje viemos Te rogar pelos companheiros de Doutrina, anônimos servos da Vontade de nosso Pai, que, esquecidos no mundo, perseveram em suas humildes tarefas, nos templos que se levantam na periferia mais pobre das cidades em que mourejam em Teu nome...

Que eles se sintam encorajados nas atividades que desenvolvem junto aos ainda chamados “filhos do Calvário”, não somente lhes mitigando a fome, como também lhe dando esperanças em dias melhores...

Que esses nossos irmãos e irmãs que sobrepujam as dificuldades de toda ordem para sustentarem, tremulando, o estandarte da Fé, em meio ao cepticismo de tantos, sejam fortalecidos e não recuem ao fragor da luta que, em torno, parece cada vez mais se acirrar...

Que os Teus mensageiros possam continuar a auxiliá-los a multiplicar os pães e os peixes que, um dia, multiplicaste em favor da multidão, que, praticamente, Senhor, é a mesma multidão faminta de há dois mil anos atrás...

A verdade é que as coisas, conforme sabes, não mudarem muito desde então, e, não raro, os Teus leais servidores ainda faceiam a ironia e a quase total solidão de quem, no deserto dos ideais mais nobres da Vida, não podem contar senão com poucos amigos lhes secundam os esforços no Bem...

Por este motivo, Senhor, ousamos endereçar-Te esta singela rogativa, pensando naqueles que quase nada tendo para si, não duvidam de que sempre os suprirás do mínimo para que o máximo se faça em benefício dos necessitados...

E eles, os necessitados, hoje são tantos em todos os idiomas, amargando provações mais complexas e difíceis, segundo cremos, do que aquela legião de sofredores que buscavam pela Tua presença, a fim de que, como fizeste com Lázaro, o irmão de Marta e Maria, os ressuscitasses para a Vida além da vida que se tem no corpo, que, inevitavelmente, um dia há de perecer...

Socorre, assim, os teus servos imperfeitos que todos somos, e não os deixes fraquejar no testemunho que a mundana estima desconhece, ignorando-lhes a apagada existência em que se consomem para que a luz não deixe de resplandecer entre as trevas...

Rogando perdão por Te incomodarmos nesta prece que nos atrevemos a formular, sem nenhuma capacidade espiritual para tanto, agradecemos pelas bênçãos que puderes dispensar aos nossos confrades e confreiras que, com o Teu Evangelho nas mãos e no coração, prosseguem trabalhando nos alicerces da construção do Reino Divino sobre a face da Terra!...

 

INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet

Uberaba – MG, 21 de Abril de 2024.

21.4.24

ATRAVÉS DO TEMPO Livro espírita a Venda na LER Livros Revistas Papelaria


 

XXIX – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO LIBERTAÇÃO – ANDRÉ LUIZ - CHICO XAVIER

Alhures, já tivemos oportunidade de dizer que a Obra de André Luiz realiza, sob a coordenação do Mundo Espiritual Superior, a transição do pensamento católico para o pensamento espírita – tal transição, evidentemente, não poderia ser brusca, sem promover uma violência mental no campo da fé das almas que ainda não sabem se valer da razão.
*
Continuando com a sua descrição sobre o “julgamento”, além da morte, naquela “cidade estranha”, André Luiz descreve a presença dos espíritos considerados “magistrados”, que tomavam a Justiça Divina em suas mãos – a cena descrita pelo Autor espiritual é a expressão da realidade para milhares de espíritos que, todos os dias, deixam o corpo na Terra.
*
- Os magistrados! os magistrados! Lugar! lugar para os sacerdotes da justiça!
André diz que notou os referidos “magistrados”, precedidos por serviçais, “trajados à moda dos lictores (servidor público civil romano) da Roma antiga”, adentraram ao recinto, carregados em andores – era uma espécie de solenidade religiosa, um tribunal armado no Mundo Espiritual para proceder ao julgamento das almas desenfaixadas do corpo físico.
*
- Os julgadores, por sua vez, desceram, pomposos, dos tronos içados e tomaram assento numa espécie de nicho a salientar-se de cima, inspirando silêncio e temor, porque a turba inconsciente, em redor, calou-se de súbito.
Tudo lembra, sem dúvida, o que, por vezes, continua acontecendo em alguns atos religiosos e nas aparições de certas autoridades católicas – bispos, cardeais, Papa –, embora, semelhante costume, nos tempos atuais, venha sendo abolido pela Igreja.
*
As palavras de um dos “julgadores” aos espíritos que ali se concentravam foram estarrecedoras – impressionante o domínio mental que exerciam sobre eles! Aquelas entidades estavam “criando” um tribunal para o julgamento das almas – com o intuito de que a sua teologia não fosse desmentida pelas realidades de além-túmulo.
*
- Nem lágrimas, nem lamentos.
Nem sentença condenatória, nem absolvição gratuita.
Esta casa não pune, nem recompensa.
A morte é caminho para a justiça.
Escusado qualquer recurso à compaixão, entre criminosos.
Não somos distribuidores de sofrimento, e, sim, mordomos do Governo do Mundo. (...)
*
Gúbio esclareceu:
- O julgador conhece à saciedade as leis magnéticas, nas esferas inferiores, e procura hipnotizar as vítimas em sentido destrutivo, não obstante usar, como vemos, a verdade contundente.
*
Os nossos irmãos e irmãs internautas poderão imaginar a cena, que, infelizmente, é real, retratando o que ainda ocorre com aqueles que deixam a Terra de mente infantilizada, presa ao fanatismo religioso, na expectativa de Céu, Inferno ou Purgatório.
Depois da morte do corpo, a mente mergulha no mundo de suas convicções mais íntimas, sustentando ilusões nas quais, durante séculos vem acreditando.
Vejamos, assim, a importância do Espiritismo, que, no dizer de Emmanuel, por Chico Xavier, “é processo libertador de consciências”!...

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Veja também a Gravação do Estudo Detalhado do livro LIBERTAÇÂO
feito toda terça feira às 20h. pelo Skype
Francisco Cândido Xavier (autor)
André Luiz (espírito)
https://youtu.be/zdKQ55-equQ?list=PLJUZisvOqWSPrzDjdw6f9NSTmILB0O3rp

19.4.24

AS SETE VIDAS DE FÉNELON Livro psicanalista espírita a venda na LER Livros Revistas Papelaria


 

SOBRE O LIVRO "CARTA DE UMA MORTA", DE MARIA JOÃO DE DEUS, E O PROJETO CHICO XAVIER

O livro "Cartas de Uma Morta", de Maria João de Deus, contém, por assim dizer, o projeto que a Espiritualidade Superior haveria de colocar em prática através da mediunidade de Chico Xavier.
Ele foi psicografado em 1935, logo após "Parnaso de Além-Túmulo", publicado pela FEB em 1932, que foi o primeiro título dos hoje quase quinhentos devidos ao trabalho do médium ao longo de 75 anos - de 1927 a 2002, quando desencarnou no dia 30 de junho!
"Cartas de Uma Morta", não obstante, é fruto das experiências pós-morte de Maria João de Deus, que desencarnou em 1915, quando se encontrava deflagrado o confronto da Primeira Guerra Mundial. Este esclarecimento pode ser colhido no capítulo 98 da referida obra, intitulado "Um Adeus": "Minhas páginas refletem justamente o panorama dos planos da erraticidade no desenrolar da última catástrofe mundial, que enlutou milhares de corações, quando se verificou o meu afastamento da vida material".
A genitora de Chico Xavier, que, à época, contava apenas 25 de idade, dá a entender, no capítulo 95 do referido volume, que, então, Emmanuel, Espírito Protetor do médium, reunira no Espaço verdadeira assembleia de servidores desencarnados, exortando-os à promissora tarefa que, em nome do Cristo, seria levada avante. Vejamos a descrição que a autora faz do espírito que, provindo das Esferas Mais Altas, se materializa a fim de lhes dirigir a palavra: "Uma túnica delicada e leve, à maneira romana, caía-lhe dos ombros, mas o que sobremaneira nos encantava era o extraordinário poder atrativo que se irradiava de toda a sua personalidade".
No capítulo seguinte, o de número 96, Maria João de Deus transcreve, em síntese, o que "um dos mais lúcidos mensageiros do Senhor", diz àquela assembleia, que Chico, mais tarde, denominaria de "Irmãos do Arco-Íris": "Cabe-nos operar o movimento grandioso de restauração das crenças puras. Voltemo-nos para o solo ingrato daquele mundo de experiências e provas, onde o pão, que nutre o corpo, se mistura com os prantos amargosos das almas".
Notemos que o projeto Chico Xavier - chamemo-lo assim - estava apenas começando, mas sob a inteira confiança do Mundo Espiritual Superior - somente duas obras haviam sido produzidas, porém, a visão de Dona Carmem Perácio, a respeito da "chuva de livros", haveria de se concretizar.
Conclamados por Emmanuel, espírito pertencente à Falange do Espírito da Verdade, aquelas entidades reunidas numa determinada região do Espaço - certamente nas proximidades de Pedro Leopoldo -, assumiram o compromisso que, há dois mil anos, diante da figura do Cristo Redivivo, os 500 da Galileia igualmente assumiram na divulgação da Boa Nova...
"Desde esse instante - escreveu Maria João de Deus -  integramos às fileiras dos que pugnam pelo aparecimento de uma nova era para a Humanidade e, laborando ao lado de todos quantos se experimentam sob o aguilhão da carne, esclarecendo-os e confortando-os, de forma indireta, sem que sintam de maneira tangível a influencia de nossa ação, nós queremos dizer a todos os homens como nos foi dito, naquele inenarrável momento:
- Sigamos a Jesus!... Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida!..."
Nos parágrafos finais da mensagem que, particularmente, a genitora dirige ao médium, no capítulo 98, as suas palavras soam proféticas, em torno das lutas que, a existência inteira, ele haveria de enfrentar no cumprimento do dever: "Exerce o teu ministério, confiando na Providência Divina."
Seja a tua mediunidade como harpa melodiosa; porém, no dia em que receberes os favores do mundo como se estivesses vendendo os seus acordes, ela se enferrujará para sempre. O dinheiro e o interesse seriam azinhavres nas suas cordas.
Sê pobre, pensando n'Aquele que não tinha uma pedra onde repousar a cabeça dolorida e, quando à vaidade, não guardes a sua peçonha no coração. Na sua taça envenenada muito têm perdido a existência feliz no Plano Espiritual como se estivessem embriagados com um vinho sinistro."
Portanto, de uma leitura atenta de "Cartas de Uma Morta", o que se depreende é que o projeto Chico Xavier, que, nos primeiros anos da década de 30 apenas se desenhava, realmente transcende a análise daqueles que, por examinarem superficialmente o assunto, se mostram incapazes de compreendê-lo em sua grande transcendência.
INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet

18.4.24

Antologia dos Imortais



Diante dos revides

Expressando-se com paciência  diante dos revides  do adversário, trabalha pelo seu bem mediante os mais diferenciados métodos que lhe estejam ao alcance.

A perseverança nos propósitos dignos consegue demonstrar que os sentimentos íntimos já não são os mesmos do momento perverso,


Livro: No Rumo da Felicidade - Divaldo P. Franco - Joanna de Ângelis 

17.4.24

Gravação do Estudo Detalhado do livro ENTRE A TERRA E O CÉU Cap. 32 - RECAPITULAÇÃO


 

DESTRUIÇÃO NECESSÁRIA

Comentário Questão 728 do Livro dos Espíritos

O que chamamos de destruição são processos que Deus usa sob a forma de progresso para tudo que existe. Nada no mundo se faz sem a permissão de Deus, e Ele somente permite o que é necessário para o progresso dos seres viventes. Se assim não fora, sendo o Senhor a Inteligência Suprema, não iria Ele permitir que as coisas e os seres fossem destruídos.
O que se vê com mais evidência, são as matanças dos animais com o objetivo de alimentação das criaturas. Criam-se estes para matar e, se não fosse o comércio, o interesse se desfaria e atrasaria o progresso dos animais. Os homens servem de instrumento para esse comportamento, homens esses na escala mais baixa da evolução humana. Os Espíritos de alta estrutura espiritual têm outras missões mais apuradas para cumprir. A vida não poderia colocar um santo como açougueiro, nem um místico chefiando um matadouro. Cada alma no lugar que lhe diz respeito.
Se Deus é onisciente, quando Ele fez a humanidade, desde o seu princípio, já sabia de tudo o que deveria ocorrer na sua marcha evolutiva. Ele mesmo traçou todos esses pormenores de vida para as criaturas. O Senhor Todo Poderoso não se arrepende de nada, nem fica triste com acontecimento algum; não chora, nem dá gargalhada. A sua serenidade em todos os acontecimentos é a sua postura perene.
Por que os seres vivos se destroem reciprocamente? Há uma finalidade, e quem sabe mais do que nós todos reunidos, é Deus, que nos criou para passarmos por esses caminhos. Tudo deve se transformar; as mudanças são constantes no palco da vida.
O invólucro da alma é como que uma veste, que pode e deve ser usado para outras necessidades, além de ajudar a força divina que o comanda. As próprias guerras, Deus as permite entre os homens ignorantes, pois têm muitas finalidades entre as criaturas, mas, o Espírito continua vivo para a eternidade de Deus.
Certas criaturas se assombram com os processos de destruição, as pestes, a fome, e as guerras, mas se esquecem que morrem muito mais seres humanos pelos vícios, que muitas vezes são mantidos sorrindo. Esse é o suicídio lento, porém, é usado para, igualmente, educar as almas e despertá-las para a vida maior.
A humanidade, agora que já passou por diversas refregas pelos processos de reencarnações, precisa crer em Jesus para não errar o caminho para Deus.
Respondeu-lhes Jesus:
A obra de Deus é esta, que creiais naquele que por Ele foi enviado. (João, 6:29)
Toda a perturbação, antes de Jesus, foi por falta de conhecimento espiritual sobre a vida. Agora, depois do Mestre, que já sabemos o que deveremos fazer, não temos desculpas. No entanto, mesmo assim a misericórdia foi tanta, que o Mestre prometeu que enviaria outro consolador, para ficar nos ensinando eternamente, andando conosco para enriquecer a nossa consciência, e ele chegou para nós em forma de uma doutrina, trazendo conceitos que nos fazem lembrar a mesma doutrina de Jesus.
A vida grosseira dos seres vivos só se justifica antes do despertamento espiritual; com o Cristo no coração, tudo muda, tudo se transforma, tudo cresce. Pensemos bem: se Deus é Justiça, como Ele consentiria na morte em massa, como sucede aos animais que Ele mesmo criou, para satisfação e regalo dos homens, sem um objetivo maior para a vida que comanda a matéria? O Senhor está vendo tudo que se passa e somente deixa acontecer o que é necessário para a vida.
Morrer é nascer para outra dimensão que é melhor do que a anterior, principalmente quando se morre para uma finalidade maior.
Livro Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez
Livro a venda na LER Livros Revistas Papelaria.

16.4.24

De Kardec ao Espiritsmo


 

REBELDIA

O pequeno rebelde amava a Mãezinha viúva com entranhado amor; entretanto, iludido pela indisciplina, dava ouvido aos conselhos perversos.
Estimava a leitura de episódios sensacionais, em que homens revoltados formam quadrilhas de malfeitores, nas cidades grandes, e, a qualquer página edificante, preferia o folhetim com aventuras desagradáveis ou criminosas. Engolfou-se em tantas histórias de gente má que, embora a palavra materna o convidasse ao trabalho digno, trazia sempre respostas negativas e rudes na ponta da língua.
-          Filho – exclamava a senhora paciente -, o homem de bem acomoda-se no serviço.
-          Eu não! – replicava, zombeteiro.
-          Vamos à oficina. O chefe prometeu ceder-te um lugar.
-          Não vou! Não vou!...
-          Mas já deixas-te a escola, meu filho. É tempo de crescer e progredir nos deveres bem cumpridos.
-          Não fui à escola, a fim de escravizar-me. Tenho inteligência. Ganharei com menor esforço.
E enquanto a genitora costurava, até tarde, de modo a manter a modesta casa, o filho, já rapaz, vivia habitualmente na rua movimentada. Tomava alcoólicos em excesso e entregava-se a companhias perigosas que, pouco a pouco, lhe degradaram o caráter.
Chegava à casa, embriagado, altas horas da noite, muita vez conduzido por guardas policiais.
Vinha a devotada Mãe com o socorro de todos os instantes e rogava-lhe, no outro dia:
-          Filho, trabalhemos dignamente. Todo o tempo é adequado à retificação dos nossos erros.
Atrevido e ingrato, resmungava:
-          A senhora não me entende. Cale-se. Só me fala em dever, dever, dever...
A pobre costureira pedia-lhe calma, juízo e chorava, depois, em preces.
Avançando no vício, o rapaz começou a roubar às escondidas. Assaltava instituições comerciais, onde sabia fácil o acesso ao dinheiro; e quando a Mãezinha, adivinhando-lhe as faltas, tentou aconselhá-lo, gritou:
-          Mãe, não preciso de suas observações! Deixá-la-ei em paz e voltarei, mais tarde, com grande fortuna. Dar-lhe-ei casa, roupa e bem-estar com fartura. A senhora tem o pensamento preso a obrigações porque, desde cedo, vem atravessando vida miserável.
Assim dizendo, fugiu para a via pública e não regressou ao lar.
Ninguém mais soube dele. Ausentara-se, definitivamente, em direção a importante metrópole, alimentando o propósito de furtar recursos alheios, de maneira a voltar muito rico ao convívio maternal.
Passou o tempo.
UM, dois, três, quatro, cinco anos...
A Mãezinha, contudo, não perdeu a esperança de reencontrá-lo.
Certo dia, a imprensa estampou nos jornais o retrato de um ladrão que se tornava famoso pela audácia e inteligência.
A costureira reconheceu nele o filho e tocou para a cidade que o abrigava.
A polícia não lhe conhecia o endereço e, porque fosse difícil localizá-lo rapidamente, a senhora tomou quarto num hotel, a fim de esperar.
Na terceira noite em que aí se encontrava, notou que um homem embuçado lhe penetrava o aposento às escuras. Aproximou-se apressado para surrupiar-lhe a bolsa. Ela tossiu e ia gritar por socorro, quando o ladrão, temendo as conseqüências, lhe agarrou a garganta e estrangulou-a.
Nos estertores da morte, a costureira reconheceu a presença do filho e murmurou, debilmente:
-          Meu...meu...filho...
Alucinado, o rapaz fez luz, identificou a Mãezinha já morta e caiu de joelhos, gritando de dor selvagem.
A desobediência conduzira-o, progressivamente, ao crime a à loucura.
 
Livro: Alvorada Cristã - Francisco C. Xavier - Neio Lúcio.

15.4.24

Ensina-me a falar de Amor


 

Quando Será?

“Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão somente o Pai.” – Mateus, cap. 24 – v 36
 
Anunciam, desde muito, acontecimentos para a transformação da Humanidade, quando, então, a Terra deixará de ser Mundo de Provas e Expiações passando a Mundo de Regeneração.
Todos, sem dúvida, anelamos por este momento, e aqui, deste Outro Lado da Vida, igualmente, permanecemos na expectativa de que assim aconteça.
Todavia, quando nos fala sobre A Parábola da Figueira, Jesus esclarece, metaforicamente, que o “dia do dilúvio” não é conhecido pelos anjos dos céus e nem por Ele, mas somente pelo Pai...
Realmente, os acontecimentos que todos aguardamos para que a Terra venha a ser um mundo melhor, acontecimentos de ordem interior e exterior, patrocinados por um sofrimento de ordem coletiva, hão de ser desencadeados pelo livre arbítrio dos próprios homens.
As Leis Divinas, sensíveis às ações humanas, agem, ou reagem, segundo sejam motivadas, no espaço e no tempo.
A Natureza, por exemplo, vem reagindo de acordo com o tratamento que recebe dos que se encontram encarnados, que, em essência, são diretamente responsáveis pelo chamado “aquecimento global” e suas mais diversas consequências.
A guerra que, por vezes assola os países, é decidida por aqueles que a decretam, empunhando as armas.
Todos os dias, os homens, encarnados e desencarnados, em íntima associação psíquica, em seu favor ou desfavor, influenciam na aplicação das Leis Divinas – obviamente, tudo acontece pela Vontade do Criador, que do mal sempre faz nascer o bem, pois que somos predestinados à Luz.
O homem jamais logrará confrontar as Leis da Criação, opondo-se de maneira absoluta ao seu cumprimento.
O grande rio, no que pesem os obstáculos com os quais se defronta em sua trajetória, termina por se despejar no mar, fertilizando as glebas por onde, muitas vezes, é constrangido a correr.
Com os homens, sem homens e apesar dos homens, a Lei de Deus sempre se cumprirá, fazendo de seus próprios infratores os agentes de sua Justiça.
Assim, o tão aguardado Mundo de Regeneração dependerá das ações humanas, que poderão apressá-lo ou adiá-lo, sem que, podendo interferir diretamente para tanto, os anjos dos céus e o Filho não saibam dizer quando há de chegar.
Preferimos, pessoalmente, acreditar que, de uma maneira ou outra, todos estamos “trabalhando” para que o “dilúvio” moral que se espera venha a sanear a Humanidade, fazendo com que a Terra se eleve na hierarquia dos mundos, embora sem data marcada para ocorrer, um dia, se torne realidade.
Os vaticínios que são feitos a respeito concorrem para tanto, mas apenas no sentido de que alguns espíritos despertem para a responsabilidade que lhes cabe nesta hora de transição, tomando consciência da influência que, inegavelmente, pode ser exercida para que a transformação se antecipe quanto possível.
Neste aspecto, vejamos o quanto o livre arbítrio da criatura é respeitado pelo Criador, que a tendo criado para a perfeição, deseja, no entanto, que ela mesma venha a se fazer o seu artífice.
Em “O Livro dos Espíritos”, eles, os Espíritos da Codificação, nos esclarecem que somos, em conjunto, os “agentes” das Leis que agem, ou reagem, tanto sobre o mundo físico quanto sobre o mundo moral.
Não é o homem que poluindo os rios e os mares, destruindo as florestas e envenenando o ar, que se tem feito o responsável direto pelo desequilíbrio do ecossistema que se percebe ocorrer em todas as regiões do planeta?!
Esse desequilíbrio não vem trazendo consequências na atmosfera e no clima, desertificando terras antes férteis, e promovendo o degelo da Antártida, a ponto de lá, no imenso território gelado, já estarem nascendo flores?!
As ações humanas, somadas, é que determinarão quando, por fim, a Terra há de ser um mundo melhor, ou não, porque, pela sua livre escolha, pode também ocorrer que uma generalizada guerra de destruição a venha mergulhar no caos, com o trabalho da evolução tendo que ser recomeçado.
Disse Einstein, quando indagado, que não sabia dizer como seria uma Terceira Guerra Mundial, mas que, com certeza, a Quarta haveria de ser com paus e pedras.
 
INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet

13.4.24

Conversação edificante.


 

Versos Soltos

Às vezes, é necessário
Ponhas fim ao começado
Para, então, recomeçar
O que começou errado.
*
Não insistas em seguir
De maneira inconsequente,
Não raro, voltar atrás
É dar mais um passo à frente.
*
Assim como na roseira
O espinho antecede a flor,
Também existe alegria
Precedida pela dor.
*
Quem indaga o que fazer
Tendo uma enxada na mão,
Pode querer trabalhar,
Mas eu não acredito, não.
*
Orientação do Além,
Quase sempre contraria
O que se deseja ouvir
E receber quereria.
*
Seja qual for o negócio,
Segundo penso e analiso,
Quando prejudica alguém,
Qualquer lucro é prejuízo.
*
Melhor cair num buraco
E enterrar-se no chão,
Que seguir estrada afora
Espalhando obsessão.
 
Formiga/Baccelli - Blog Espiritismo em Prosa e Verso
Casa Espírita “Bittencourt Sampaio”
Sábado, 6 de Abril de 2024.

12.4.24

INICIAÇÃO AO ESPIRITISMO Livro de estudo espírita a venda na LER Livros Revistas Papelaria


 

IDEIA OBSESSIVA PERSISTENTE

Acautele-se contra a ideia obsessiva persistente, que, volta e meia, esteja a influenciá-lo.
Pode ser, por exemplo, que ela se manifeste em forma de sugestão de que está doente, ou, então, de que você esteja cansado.
Todos os dias, de maneira discreta, ela o visita, fazendo com que experimente sintomas de doenças que não existem, ou de sinais de cansaço que não se justifica.
Claro que, a princípio, você a rechaça, afugentando da cabeça os pensamentos que a veiculam, e, que, no fundo, desejam inutilizá-lo para o trabalho.
Contudo, se não tomar providências mais sérias para vencê-la, ela terminará por somatizar-se, utilizando o seu próprio psiquismo para vampirizar-lhe o corpo.
De repente, então, os sintomas e sinais que experimenta se mostrarão mais intensos, fazendo com que você comece a peregrinar de médico em médico, ou permanecer a maior parte do tempo deitado.
Assim, se ela conseguir subjugá-lo, a doença que não existe passará a existir, e o seu cansaço imaginário se tornará real.
Quando menos esperar, você estará tomando um número enorme de medicamentos, que, de fato, através de suas reações adversas, poderão fazer com que um quadro patológico se instale...
Noutra hipótese, a sua prostração moral, transfigurando-se em abatimento físico, ao conduzi-lo à imobilidade, impedirá que tenha ânimo para despender o mínimo esforço que lhe requisite os braços...
Acautele-se, porque, nem sempre, os espíritos obsessores que tencionam prejudicá-lo, manifestam-se às claras, facilitando o diagnóstico da influência nociva que lhes esteja a sofrer.
Não raro, a fim de interferir em seu aproveitamento na atual experiência reencarnatória, eles pelejam para, simplesmente, anulá-lo em sua capacidade de trabalho e realização.
Fazendo com que você, ao se transformar em doente crônico, cruze os braços, eles se darão por satisfeitos, e deixarão que o resto corra por conta de seus medos e queixas sistemáticas, com os quais, infelizmente, muitos passam a ocupar a maior parte do tempo nos dias que, inutilmente, se lhes sucederão.
Portanto, mesmo que, em face de suas lutas e provas, esteja, possivelmente, se sentindo algo doente ou cansado, não se permita no interromper de suas atividades materiais, e muito menos de suas tarefas de natureza espiritual.
Não se entregue à ideia obsessiva de que, por exemplo, na atualidade, você esteja morando num corpo excessivamente desgastado, ou mesmo prestes a desencarnar, empreendendo viagem de volta à Pátria Espiritual...
Quase todas as maiores vitórias que o espírito é capaz de alcançar contra as imperfeições em si mesmo, acontecem justamente quando ele se veja arrastando para cumprir com o dever, e não quando exatamente ele possa dispor de movimentos livres para caminhar por onde os seus pés possam levá-lo.
E, depois, é melhor que você, realmente doente ou cansado, tombe em serviço, do que venha a expirar em cima de uma cama.
INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet 

11.4.24

Bem Aventurados os Simples


 

Cultivo do bem

É sempre fácil observar o mal e identificá-lo. Entretanto, o que o Cristo espera de nós outros é a descoberta e o cultivo do bem para que o Divino Amor seja glorificado. 
Livro: Agenda Cristã - Francisco C Xavier - André Luiz  

10.4.24

ENTRE A TERRA E O CÉU Capítulos 30 e 31 LUTA POR RENASCER e NOVA LUTA


 

SOFRIMENTOS VOLUNTÁRIOS

Comentário Questão 727 do Livro dos Espíritos

Mesmo os sofrimentos naturais que vêm ao encontro da alma devem ser cuidados para se amenizarem. Foi para tal que Deus nos dotou do instinto de conservação.
Por que não usar a inteligência para o bem-estar? Esse é o trabalho em que o ser humano deve se empenhar com circunspeção, nunca perdendo a serenidade e vendo em tudo isso meios de elevação, compreendendo que se encontra em uma escola de luz, onde Jesus é o comandante dos nossos destinos, por vontade de Deus.
Os sofrimentos voluntários criam em nossos caminhos espinhos que nos inquietam no futuro. Se já sabemos desta verdade, é bom que não caiamos em novas tentações. No passado distante, eram muito usados esses métodos de castigar o corpo para elevação da alma, porém compreendendo a Doutrina dos Espíritos, que é a mesma Doutrina de Jesus, não tem mais sentido mantermos esse erro que a ignorância sustentou por muito tempo.
O homem precisa muito de saúde para trabalhar com mais alegria; se busca a doença, o que pode produzir? A busca de sofrimentos voluntários é uma decadência moral que desaparece com a chegada da nova geração, que desponta com outra modalidade de procedimento recém-trazida dos planos espirituais.
O sofrimento que devemos impor à alma para a elevação moral, é o sacrifício que se pode fazer esquecendo ofensas, eliminando a vaidade, combatendo o orgulho e o egoísmo. Esse sacrifício é abençoado por Deus e cria na cidade da consciência um clima de luz que ilumina o céu do coração. Todavia, no que se refere ao corpo, deves cuidar dele com todo o amor, pois ele é instrumento da alma para a grandeza da vida.
Os rigores que o homem infligia ao seu corpo por inspiração das sombras tornar-se-ão em distâncias imensuráveis que se estendem entre a consciência e a luz. Nós somos famintos do alimento da vida, e para nos saciarmos devemos buscar a fonte verdadeira que vem de Deus, e que é o Cristo.
João nos fala, no capítulo seis, versículo trinta e cinco:
Declarou-lhes, pois, Jesus:Eu sou o pão da vida; o que vem a mim, jamais terá fome; e o que crer em mim, jamais terá sede.
Crer em Jesus não é sacrificar o corpo, mas, sacrificar as paixões inferiores. Passar fome e ser crucificado por simples vaidade são atos exteriores que de nada valem para a elevação da alma.
Busquemos em Jesus o alimento verdadeiro e a água divina que nos sustenta o Espírito, e busquemos no esforço, no trabalho, o sustento para o corpo. Com os dois, e em plena saúde, poderemos sentir a vida na dimensão do amor, de modo a ver e sentir a esperança de vida eterna que pode nos dar a natureza.
Atendamos, pois, ao instinto de conservação, estudando-o na sua função divina e humana, que aos poucos conheceremos a verdade que rasga o véu, nos mostrando outra vida, cuja conquista se faz por nossas próprias mãos, acionadas pela vontade de Deus, à qual serve de canal o amor de Jesus.
Livro Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez
Livro a venda na LER Livros Revistas Papelaria.

9.4.24

Alcyone



PRÊMIO AO SACRIFÍCIO

Três irmãos dedicados a Jesus leram no Evangelho que cada homem receberá sempre, de acordo com as próprias obras, e prometeram cumprir as lições do Mestre.
O primeiro colocou-se na indústria do fio de algodão e, de tal modo se aplicou ao serviço que, em breve, passou à condição de interessado nos lucros administrativos. Dentro de vinte e cinco anos, era o chefe da organização e adquiriu títulos de verdadeiro benfeitor do povo. Ganhava dinheiro com imensa facilidade e socorria infortunados e sofredores. Dividia o trabalho eqüitativamente e distribuía os lucros com justiça e bondade.
O segundo estudou muito tempo e tornou-se juiz famoso. Embora gozasse do respeito e da estima dos contemporâneos, jamais olvidou os compromissos que assumira à frente do Evangelho. Defendeu os humildes, auxiliou os pobres e libertou muitos prisioneiros perseguidos pela maldade. De juiz tornou-se legislador e cooperou na confecção de leis benéficas e edificantes. Viveu sempre honrado, rico, feliz, correto e digno.
O terceiro, porém, era paralítico. Não podia usar a inteligência com facilidade. Não poderia comandar uma fábrica, nem dominar um tribunal. Tinha as pernas mirradas. O leito era a sua residência. Lembrou, contudo, que poderia fazer um serviço de oração e começou a tarefa pela humilde mulher que lhe fazia a limpeza doméstica.
Viu-a triste e lacrimosa e procurou conhecer-lhes as mágoas com discrição e fraternidade. Confortou-a com ternura de irmão. Convidou-a a orar e pediu para ela as bênçãos divinas.
Bastou isto e, em breve, trazidos pela servidora reconhecida, outros sofredores vinham rogar-lhe o concurso da prece. O aposento singelo encheu-se de necessitados. Orava em companhia de todos, oferecia-lhes o sorriso de confiança na bondade celeste. Comentava os benefícios da dor, expunha suas esperanças no Reino Divino. Dava de si mesmo, gastando emoções e energias no santo serviço do bem. Escrevia cartas inúmeras, consolando viúvas e órfãos, doentes e infortunadas, insuflando-lhes paz e coragem. Comia pouco e repousava menos. Tanto sofreu com as dores alheias que chegou a esquecer-se de si mesmo e tanto trabalhou que perdeu o dom da vista. Cego, contudo, não ficou sozinho. Prosseguiu colaborando com os sofredores, através da oração, ajudando-os, cada vez mais.
Morreram os três irmãos, em idade avançada, com pequenas diferenças de tempo.
Quando se reuniram, na vida espiritual, veio um Anjo examinar-lhes as obras com uma balança.
O industrial e o juiz traziam grande bagagem, que se constituía de várias bolsas, recheadas com o dinheiro e com as sentenças que haviam distribuído em benefício de muitos. O servidor da prece trazia apenas pequeno livro, onde costumava escrever suas rogativas.
O primeiro foi abençoado pelo conforto que espalhou com os necessitados e o segundo foi também louvado pela justiça que semeara sabiamente. Quando o Anjo, porém, abriu o livro do ex-paralítico, dele saiu uma grande luz, que tudo envolveu numa coroa  resplandecente. A balança foi incapaz de medir-lhe a grandeza.
Então, o Mensageiro falou-lhe feliz:
-          Teus irmãos são benditos na Casa do Pai pelos recursos que distribuíram, em favor do próximo, mas, em verdade, não é muito difícil ajudar com o dinheiro e com a fama que se multiplicam facilmente no mundo. Sê, porém, bem-aventurado, porque deste de ti mesmo, no amor santificante. Gastaste as mãos, os olhos, o coração, as forças, os sentimentos e o tempo a benefício dos semelhantes e a Lei do Sacrifício determina que a tua moradia seja mais alta. Não transmitiste apenas os bens da vida: irradiaste os dons de Deus.
E o servidor humilde do povo foi conduzido a um céu mais elevado, de onde passou a exercer autoridade sobre muita gente.
Livro Alvorada Cristã - Francisco C. Xavier - Neio Lúcio.

8.4.24

Amor & Luz


 

Do Que o Mundo Precisa

Do que o mundo mais precisa,
Além de muita oração?!...
Sinceramente, acredito
Que seja de homens de ação!...
 
Inácio Ferreira - Blog Mediunidade ne Internet
Uberaba - MG, 7 de Abril de 2024

7.4.24

AUTISMO - UMA LEITURA ESPIRITUAL Livro espírita a venda na LER Livros Revistas Papelaria


 

XXVII – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO LIBERTAÇÃO – ANDRÉ LUIZ - CHICO XAVIER

Encerrando o capítulo IV – “Numa Cidade Estranha” –, André Luiz relata que, caminhando pela cidade, subiram por uma rua íngreme e, de repente, avistaram palácios estranhos que surgiam, imponentes...
Embora estivessem numa cidade semelhante àquelas da Idade Média, os três amigos haviam alcançado “praças bem cuidadas, cheias e povo”, que ostentavam “carros soberbos, puxados por escravos e animais.”
Notemos que descrição impressionante é digna dos enredos de filmes que Hollywood produz, tentando retratar a vida dos homens há séculos...
“Liteiras e carruagens transportavam personalidades humanas, trajadas de modo surpreendente, em que o escarlate exercia domínio, acentuando a dureza dos rostos que emergiam dos singulares indumentos.”
Seria tudo aquilo mera criação mental daquelas entidades que viviam na Dimensão subcrostal?! Com certeza, não. Tais espíritos, assim como distintos portugueses desencarnados, haviam edificado, no século XVI, a cidade de “Nosso Lar”, edificaram aquela cidade lúgubre, em cujo centro se concentravam os “senhores” que ali haviam estabelecido o seu feudo espiritual...
Segundo André, era um reino de misérias, favorecendo a poucos “privilegiados”!
De repente, com certeza sendo notados em seu porte diferente, e até mesmo em suas vestes, os três foram interpelados por alguém que a eles se dirigiu descortês.
- Que fazem?
Era um homem alto, de nariz adunco e olhos felinos, com todas as maneiras do policial desrespeitoso, a identificar-nos.
- Procuramos o sacerdote Gregório, a quem estamos recomendados – esclareceu Gúbio, humilde.
Sintetizando, André informa que a sentinela os conduziu à presença de Gregório, que não os recebeu com hospitalidade. Possivelmente, com as suas percepções aguçadas, o sacerdote, que ali dominava, vivia à espera de adversários de seus planos – convém, novamente, informar que Gregório era o Papa Gregório IX, desencarnado em 1241, em Roma, Itália. Ora, há quantos séculos, em espírito, Gregório permanecia naquela situação espiritual?!...
Tendo André Luiz, o Dr. Carlos Chagas, desencarnado na década de 30, no século XX, podemos dizer que Gregório estacionara naquela condição, no mínimo, há quase sete séculos, ou seja, 700 anos!...
Que pensam os nossos internautas a respeito?! Gregório, com a sua força mental – espírito altamente intelectualizado, sem dúvida –, poderia sustentar-se por tanto tempo em seu corpo espiritual?!...
O diálogo a seguir nos demonstra que ele, Gregório, tinha perfeita noção de sua desencarnação – sabia que não mais estava na Crosta.
- Vieram da Crosta, há muito tempo?
- Sim – respondeu nosso Instrutor –, e temos necessidade de auxílio.
- Já foram examinados?
- Não.
- E quem os enviou? – inquiriu o sacerdote, sob visível perturbação.
- Certa mensageira de nome Matilde.
O anfitrião estremeceu, mas observou, implacável:
- Não sei quem seja (...).
*
Antes de concluirmos os estudos da semana, necessitamos dizer que, igualmente, nas Esferas Espirituais, o perispírito está sujeito à menor ou menor capacidade longeva. Sobre a Terra, se alguns vivem apenas alguns minutos, ou não mais que poucos dias, outros alcançam idade quase centenária, não é assim?!...
Este tema, sem dúvida, é um desafio aos estudiosos do Espiritismo, que, infelizmente, sobre ele têm se calado.

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Veja também a Gravação do Estudo Detalhado do livro LIBERTAÇÂO
feito toda terça feira às 20h. pelo Skype
Francisco Cândido Xavier (autor)
André Luiz (espírito)
https://youtu.be/zdKQ55-equQ?list=PLJUZisvOqWSPrzDjdw6f9NSTmILB0O3rp

6.4.24

Dor e Surpresa ENTRE A TERRA E O CÉU Cap. 19

 


Cruz aos Ombros

Cruz aos ombros, meu amigo...
Ao longo do itinerário,
Continua, passo a passo,
Escalando o teu Calvário...
 
Embora as pedras na estrada
Que te façam tropeçar,
Nas percas de vista os Cimos
Que te propões alcançar...
 
Olvida o escárnio de quantos
Sorriem por onde passas,
Sem perceberem que choras
Sob o madeiro que enlaças...
 
Coração descompassado,
Nas grades do peito aflito,
Avança caminho à frente
Na direção do Infinito...
 
Sorve a taça que transborda
Do fel amargo da prova,
Aceitando o sofrimento
Com que a vida te renova...
 
Ao cume do Monte Excelso,
Que excelsa luz banha e doura,
Encontrarás com Jesus
A paz que o Mestre entesoura!...
 
Formiga/Baccelli - blog Espiritismo em Prosa e Verso
Lar Espírita “Pedro e Paulo” Uberaba – MG.

5.4.24

CINCO LETRAS QUE MUDARAM O MUNDO Livro a venda na LER Livros Revistas Papelaria



A ORAÇÃO DO HORTO

Depois do ato de humildade extrema, de lavar os pés a todos os discípulos, Jesus retomou o lugar que ocupava à mesa do banquete singelo e, antes de se retirarem, elevou os olhos ao céu e orou assim, fervorosamente, conforme relata o Evangelho de João:
Pai, santo, eis que é chegada a minha hora! Acolhe-me em teu amor, eleva o teu filho, para que ele possa elevar-te, entre os homens, no sacrifício supremo. Glorifiquei-te na Terra, testemunhei tua magnanimidade e sabedoria e consumo agora a obra que me confiaste. Neste instante, pois, meu Pai, ampara-me com a luz que me deste, muito antes que este mundo existisse!...
E fixando o olhar amoroso sobre a comunidade dos discípulos, que silenciosos lhe acompanhavam a rogativa, continuou:
Manifestei o teu nome aos amigos que me deste; eram teu e tu mos confiaste, para que recebessem a tua palavra de sabedoria e de amor. Todos eles sabem agora que tudo quanto lhes dei provém de ti! Neste instante supremo, Pai, não rogo pelo mundo, que é obra tua e cuja perfeição se verificará algum dia, porque está nos teus desígnios insondáveis; mas, peço-te particularmente por eles, pelos que me confiaste, tendo em vista o esforço a que os obrigará o Evangelho, que ficará no mundo sobre os seus ombros generosos. Eu já não sou da Terra; mas rogo-te que os meus discípulos amados sejam unidos uns aos outros, como eu sou um contigo! Dei-lhes a tua palavra para o trabalho santo da redenção das criaturas; que, pois, eles compreendam que, nessa tarefa grandiosa, o maior testemunho é o do nosso próprio sacrifício pela tua casa, compreendendo que estão neste mundo, sem pertencerem às suas ilusórias convenções, por pertencerem só a ti, de cujo amor viemos todos para regressar à tua magnanimidade e sabedoria, quando houvermos edificado o bom trabalho e vencido na luta proveitosa. Que os meus discípulos, Pai, não façam da minha presença pessoal o motivo de sua alegria imediata; que me sintam sinceramente em suas aspirações, a fim de experimentarem o meu júbilo completo em si mesmos. Junto deles, outros trabalhadores do Evangelho despertarão para a tua verdade. O futuro está cheios desses operários dignos do salário celeste. Será de algum modo, a posteridade do Evangelho do Reino que se perpetuará na Terra, para glorificar a tua revelação! Protege-os a todos, Pai! Que todos recebam a tua benção, abrindo seus corações às claridades renovadoras! Pai justo, o mundo ainda não te conheceu; eu porém, te conheci e lhes fiz conhecer o teu nome e a tua bondade infinita, para que o amor com que me tens amado esteja neles e eu neles esteja ! ...
***
Terminada a oração, acompanhada em religioso silêncio por parte dos discípulos, Jesus se retirou em companhia de Simão Pedro e dos dois filhos de Zebedeu para o Monte das Oliveiras, onde costumava meditar. Os demais companheiros se dispersaram, impressionados, enquanto Judas, afastando-se com passos vacilantes, não conseguia aplacar a tempestade de sentimentos que lhe devastava o coração.
O Crepúsculo Começava a cair sobre o céu claro. Apesar do sol radioso da tarde a iluminar a paisagem soprava o vento em rajadas muito frias.
Dai a alguns instantes, O Mestre e os três companheiros alcançavam o monte, povoado de árvores frondosas, que convidavam ao pensamento contemplativo.
Acomodando os discípulos em bancos naturais que as ervas do caminho se incumbiam de adornar, falou-lhes o Mestre, em tom sereno e resoluto:
- Esta é a minha derradeira hora convosco! Orai e vigiai comigo, para que eu tenha a glorificação de Deus no supremo testemunho!
Assim dizendo, afastou-se à pequena distância onde permaneceu em prece, cuja sublimidade os apóstolos não podiam observar. Pedro, João e Tiago estavam profundamente tocados pelo que viam e ouviam. Nunca o Mestre lhes parecera tão solene, tão convicto, como naquele instante de penosas recomendações. Rompendo o silêncio que se fizera, João ponderou :
Oremos e vigiemos, de acordo com a recomendação do Mestre, pois, se ele aqui nos trouxe, apenas nós três, em sua companhia, isso deve significar para o nosso espírito a grandeza da sua confiança em nosso auxílio.
Puseram-se a meditar silenciosamente. Entretanto, sem que lograssem explicar o motivo, adormeceram no recurso da oração.
Passados alguns minutos, acordavam, ouvindo o Mestre que lhe observava:
- Despertai! Não vos recomendei que vigiásseis? Não podereis velar comigo, um minuto?
João e os companheiros esfregaram os olhos, reconhecendo a própria falta. Então, Jesus, cujo olhar parecia iluminado por estranho fulgor, lhes contou que fora visitado, por um anjo de Deus que o confortara para o martírio supremo. Mais uma vez lhes pediu que orassem com o coração e novamente se afastou. Contudo, os discípulos, insensivelmente, cedendo aos imperativos do corpo e olvidando as necessidades do espírito, de novo adormeceram era meio da meditação. Despertaram com o Mestre a lhes repetir :
- Não conseguistes, então, orar comigo?
Os três discípulos acordaram estremunhados. A paisagem desolada de Jerusalém mergulhava na sombra.
Antes, porém, que pudessem justificar de novo a sua falta, um grupo de soldados e populares aproximou-se, vindo Judas à frente.
O filho de Iscariote avançou e depôs na fronte do Mestre o beijo combinado, ao passo que Jesus, sem denotar nenhuma fraqueza e deixando a lição de sua coragem e de seu afeto aos companheiros, perguntou :
- Amigo, a que vieste?
Sua interrogação, todavia, não recebeu qualquer resposta. Os mensageiros dos sacerdotes prenderam-no e lhe manietara as mãos, como se o fizessem a um salteador vulgar.
***
Depois das cenas descritas com fidelidade nos Evangelhos, observamos as disposições psicológicas dos discípulos, no momento doloroso. Pedro e João foram os últimos a se separarem do Mestre bem-amado, depois de tentarem fracos esforços pela sua libertação.
No dia seguinte, os movimentos criminosos da turba arrefeceram o entusiasmo e o devotamento dos companheiros mais enérgicos e decididos na fé. As penas impostas a Jesus eram excessivamente severas para que fossem tentados a segui-lo. Da Corte Provincial ao palácio de Antipas, viu-se o condenado exposto ao insulto e à zombaria. Com exceção do filho de Zebedeu, que se conservou ao lado de Maria, até ao instante derradeiro, todos os que integravam O reduzido colégio do Senhor debandaram. Receosos da perseguição, alguns se ocultaram nos sítios próximos, enquanto outros, trocando as túnicas habituais, seguiam, de longe, o inesquecível cortejo, vacilando entre a dedicação e o temor.
O Messias, no entanto, coroando a sua obra com o sacrifício máximo, tomou a cruz sem uma queixa, deixando-se imolar, sem qualquer reprovação aos que o haviam abandonado, na hora ultima. Conhecendo que cada criatura tem o seu instante de testemunho, no caminho de redenção da existência, observou às piedosas mulheres que o cercavam banhadas em lágrimas: - "Filhas de Jerusalém, não choreis por mim, chorai por vós mesmas e por vossos filhos!..."
Exemplificando a sua fidelidade a Deus, aceitou serenamente os desígnios do céu, sem que uma expressão menos branda contradissesse a sua tarefa purificadora.
Apesar da demonstração de heroísmo e de inexcedível amor, que ofereceu do cimo do madeiro, os discípulos continuaram subjugados pela dúvida e pelo temor, até que a ressurreição lhes trouxesse incomparáveis hinos de alegria,
João, todavia, em suas meditações acerca do Messias entrou a refletir maduramente sobre a oração do Horto das Oliveiras, perguntando a si próprio a razão daquele sono inesperado, quando desejava atender ao desejo de Jesus, orando em seu espírito até o fim das provas ríspidas. Por que dormira ele, que tanto o amava, no momento em que o seu coração amoroso mais necessitava de assistência e de afeto? Por que não acompanhara a Jesus naquela prece derradeira, onde sua alma parecia apunhalada por intraduzível angustia, nas mais dolorosas expectativas? A visão do Cristo ressuscitado veio encontrá-lo absorto nesses amargurados pensamentos. Em oração silenciosa, João se dirigia muitas vezes ao Mestre adorado, quase em lágrimas, implorando-lhe perdoasse o seu descuido da hora extrema.
***
Algum tempo passou, sem que o filho de Zebedeu conseguisse esquecer a falta de vigilância da véspera do martírio.
Certa noite, após as reflexões costumeiras, sentiu ele que um sono brando lhe anestesiava os centros vitais. Como numa atmosfera de sonho, verificou que o Mestre se aproximava. Toda a sua figura se destacava na sombra,, com divino resplendor. Precedendo suas palavras o sereno sorriso dos tempos idos, disse-lhe Jesus :
- João, a minha soledade no horto é também um ensinamento do Evangelho e uma exemplificação! Ela significará, para quantos vierem em nossos passos, que cada espírito na Terra tem de ascender sozinho ao calvário de sua redenção, muitas vezes com a despreocupação dos entes mais amados do mundo. Em face dessa lição, o discípulo do futuro compreenderá que a sua marcha tem que ser solitária, estando seus familiares e companheiros de confiança a dormir o sono da indiferença!
Doravante, pois, aprendendo a necessidade do valor individual no testemunho, nunca deixes de orar e vigiar!...
Livro: "Boa Nova" - Francisco C. Xavier - Irmão X